4 Restaurantes em SP para uma Refeição Descomplicada

Se você me acompanha por aqui, já sabe que comer é uma forma de conhecer outras culturas — ou até a sua própria. Mas preciso confessar que, às vezes, bate uma impaciência. Em vez de perguntar interessada ‘onde vocês colhem esse tomate?’, a vontade é gritar: ‘só quero uma refeição normal!’

O que é uma refeição normal?

Embora um editor tenha me ensinado que ‘normal’ é um dos piores adjetivos da língua portuguesa — além de ser vago, sugere que o oposto é anormal ou estranho —, vou usar aqui para descrever algo sem afetação.

Por sem afetação, quero dizer entender o cardápio sem precisar fazer perguntas ou pesquisar ingredientes no Google; comer sem forçar o paladar a decifrar cada sabor, já que todos são familiares; e, de preferência, pagar a conta sem precisar conferir o saldo bancário ou pensar ‘valeu a pena?’.

Agora que estamos na mesma página, veja quatro lugares para chegar, comer, vazar e seguir a vida normalmente.

Kosmos

Honesta e eficiente. Essa lanchonete serve belos pratos feitos acompanhados de uma Coca-Cola KS bem gelada. Antes de trazer o bife acebolado (R$ 29) com batata frita, arroz, feijão graúdo e farofa laranjinha, a equipe deixa na mesa pão francês fatiado e vinagrete. Vai lá: Rua Antônio Carlos, 572, Consolação.

Santa Clara

Invejo os clientes que frequentam essa charmosa casinha amarela desde 1997 — só descobri o restaurante no ano passado. Mesmo expostas num bufê por quilo (R$ 90,80), as receitas estão sempre fresquinhas. Entre as opções estão carne assada, peixe empanado e pastel. Vai lá: Rua dos Pinheiros, 746, Pinheiros.

Frevo

Fala sério: beirute também é comida-conforto para quem vive em São Paulo. Pode ser o pão sírio recheado de rosbife, queijo e tomate (R$ 30) ou o de filé à parmegiana (R$ 45,50). Este último tem sua versão ‘normal’, servida no prato com arroz e fritas (R$ 58). Vai lá: Rua Augusta, 1563, Consolação.

Abou Hagop

Dois imigrantes sírios servem o que os paulistanos conhecem bem: churrasquinho grego. Também chamado de kebab, a carne assada no espeto giratório é a alma do sanduíche enrolado no pão chato com alface, tomate, fritas e molho de alho. Acessíveis, os preços ficam em torno de R$ 20. Vai lá: Rua Três Rios, 193d, Bom Retiro.

Especial: É tudo delas!

O Dia da Mulher será comemorado por algumas das melhores chefs de São Paulo nesta segunda — e você está convidado. No restaurante De Segunda (Rua Prof. Tamandaré Toledo, 160, Itaim Bibi), Júlia Tricate recebe nove colegas, entre elas Carol Albuquerque (do novo Fresta Bar) e Bia Salles (do santista Garni), para um jantar fechado a R$ 350.

Já Luana Sabino divide a sua bancada do mexicano Metzi (Rua João Moura, 861, Pinheiros) com chefs como Mara Salles (Tordesilhas) e Bia Freitas (Shihoma) para o menu-degustação de seis etapas por R$ 420. Dica: nos dois casos é melhor reservar do que correr o risco de ficar sem as receitas especiais para a data.

Bares: Drinque com pizza é dobradinha deliciosa na cidade

Faz tempo que a combinação pizza e coquetel é sucesso em São Paulo. Quem começou com a história foi o finado Negroni, em Pinheiros. Guarita e Picco, no mesmo bairro, seguiram a receita e estão firmes, sempre nas listas de melhores bares da cidade.

Com a onda da coquetelaria lambendo diversos setores da gastronomia, não é de se estranhar que as pizzarias comecem a ser seduzidas e incrementem seu serviço de bar com cartas clássicas e autorais. Que a tendência se espalhe!

Fôrno

Fôrno, casa-irmã do Holy Burger, é mais do que pizzaria. Faz sucesso pelo pastrami, que vai parar em coxinhas, sanduíches, pratos e, claro, na pizza mais pedida do pedaço. Na barra, o bartender Surya Coutinho acaba de chegar para balançar o coreto e mostrou para a newsletter coquetéis da nova carta em primeira mão.

GattoFiga Pizza Bar

GattoFiga, uma das esquinas mais charmosas de Mirandópolis, é famosa por suas napolitanas de longa fermentação, de massa delicada e coberturas imprevisíveis. Também se prepara para ser mais do que pizzaria, com a abertura, em breve, de um empório e um wine bar. Quem cuida do bar é o sócio David Mores e também fomos lá provar.

Belisquetes: Dois passeios incríveis para fazer já

Lugares no estilo ‘2 em 1’ estão cada vez mais em alta na cidade. Na racionalidade, a proposta é aproveitar um mesmo imóvel para diversificar os serviços e ampliar o público, que pode chegar pela primeira vez por um motivo e ter vontade de voltar por outro.

Mas, por mais que seja ótimo bicar um matchá enquanto aprendo cerâmica no Kooi Mooa ou folhear livros sem pressa com uma tacinha de vinho na mão na Tolc, o que me emociona é enxergar uma São Paulo pulsante, capaz de conectar atividades distintas e criar novos modos de curtir uma tarde ou viver uma vida.

Kooi Mooa

Foi unindo duas paixões — cafés e cerâmicas — que um casal inaugurou esta cafeteria inspirada na Coreia do Sul. No primeiro andar de um prédio comercial, o lugar é um alento para os mais sensíveis à arte. Ao subir as escadas talvez note o aroma do canellé (R$ 9) saindo do forno e, enquanto aguarda o docinho matchá latte (R$ 17), o corpo pode balançar suavemente, no ritmo tranquilinho da playlist. É certo que ao ver o ateliê vai bater a vontade de sujar as mãos para fabricar as suas próprias peça em workshops ou aulas regulares. Vai lá: Barão de Tatuí, 302, 1º andar, Vila Buarque.

Tolc

Perdão, mas não há definição melhor do que ‘pinto no lixo’ para dizer como um apaixonado por cozinha se sente ao entrar nesta livraria especializada em títulos gastronômicos. Peça um café ou uma taça de vinho e procure sem pressa algo que lhe salte aos olhos, como a história em quadrinhos tailandesa ‘Noodles, Rice, and Everything Spice’ — uma fofura! Nos fundos, a edícula abriga a fábrica Caza, onde Carolina Amancio produz chocolate com amêndoas de Porto Seguro (BA) ou Linhares (ES). O chocolate branco caramelizado com biscoito custa R$ 34 (60g). Vai lá: Rua Apiacás, 706, Perdizes.

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