Gente, vocês não vão acreditar! Barcelona, com seus pontos turísticos icônicos como a basílica da Sagrada Família, o Parc Güell e o centro histórico, atraiu 15,6 milhões de visitantes em 2023. Mas, com tanta gente visitando, a cidade está enfrentando alguns problemas sérios.
O número de imóveis transformados em apartamentos de aluguel por temporada disparou, e os moradores locais estão tendo dificuldades para encontrar moradias acessíveis. O prefeito Jaume Collboni anunciou que a cidade não vai mais dar licenças para esses aluguéis até novembro de 2028. E mais: as licenças existentes não serão renovadas!
Atualmente, existem mais de 10 mil apartamentos para alugar em Barcelona. Até 2029, nenhum imóvel poderá ser alugado como acomodação turística de curta duração. Isso é um grande passo para tentar resolver a crise imobiliária na cidade.
Aluguel nas Alturas
Segundo Collboni, o preço do aluguel em Barcelona aumentou 68% nos últimos dez anos, enquanto o preço dos imóveis à venda cresceu 38%. Para quem tem uma renda média, isso se tornou um problemão.
Konstantin Kholodilin, pesquisador do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica, diz que quanto mais imóveis para estadia de curta duração, maior será o preço do aluguel. O aumento médio é de 2% a 3%, mas varia dependendo da localidade.
O mercado de alugueis por temporada explodiu desde a criação do Airbnb e outros sites similares. Em 2023, plataformas online acumularam mais de 700 milhões de pernoites na União Europeia. Isso é um aumento expressivo em relação às 440 milhões de estadias registradas em 2018.
Regulamentações pelo Mundo
Políticos de várias cidades ao redor do mundo estão impondo restrições aos alugueis de curta duração. Em Nova York, por exemplo, alugueis por menos de 30 dias só são possíveis em apartamentos oficialmente registrados e em cujo dono está vivendo. Além disso, é permitido receber no máximo duas pessoas.
Paris, Amsterdã, Berlim, Lisboa e outros destinos populares também estão impondo restrições a esse tipo de acomodação.
Compradores Estrangeiros na Mira
O aumento de pessoas comprando imóveis no exterior em destinos turísticos populares também está complicando a questão da moradia. Recentemente, nas Ilhas Canárias, houve protestos contra incorporadoras e agentes imobiliários que miram compradores estrangeiros enquanto os locais lutam por moradias acessíveis.
Nas Ilhas Baleares, na Espanha, um em cada três imóveis é vendido para compradores estrangeiros. Isso coloca os espanhóis contra compradores do norte da Europa, onde os salários são mais altos.
Para reduzir a pressão sobre o mercado imobiliário doméstico, vários países, incluindo Dinamarca, Finlândia, Croácia e Malta, restringiram as vendas para não residentes há um ano. As novas regulamentações da União Europeia sobre alugueis de curta duração também prometem mudanças positivas.
Será Que Vai Funcionar?
Ainda não se sabe se as leis criadas para regulamentar o mercado de aluguel de curta duração vão se provar eficazes. Estudos mostram que tanto o preço das propriedades quanto o número de apartamentos para aluguel de curta temporada estão diminuindo em algumas cidades.
No entanto, Konstantin Kholodilin é cético quanto ao fato de que as leis por si só resolverão a situação crítica da moradia.
A Associação de Apartamentos Turísticos de Barcelona, a Apartur, também criticou a decisão da prefeitura. Segundo Enrique Alcantara, presidente da associação, as leis vão simplesmente levar a mais ofertas ilegais. Ele ressalta que os alugueis de curta duração representam apenas 0,77% do total de moradias da cidade. Para ele, a proibição é um “disfarce para o fracasso da política habitacional”.