Múmia de Cavaleiro na Notre Dame é Identificada como Poeta Famoso

Gente, olha que babado arqueológico! Dois anos depois de encontrarem um sarcófago misterioso com a ossada de um cavaleiro no subsolo da Catedral de Notre Dame, durante as obras de restauração pós-incêndio de 2019, arqueólogos franceses finalmente desvendaram a identidade do homem. E spoiler: ele era uma celebridade do século 16!

Estamos falando de Joachim du Bellay, poeta, crítico e fundador do grupo La Pléiade, que promovia o francês como uma linguagem artística na Renascença Francesa. Chique, né?

A conclusão veio do INRAP (Instituto Nacional de Pesquisas Arqueológicas Preventivas), em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa Científica da Universidade de Toulouse. Segundo o médico e antropobiólogo Éric Crubézy, a análise do sarcófago, do local do enterro e dos restos mortais embalsamados revelou alguns fatos:

  • O indivíduo morreu de meningite tuberculosa crônica no século 16;
  • Ele tinha entre 31 e 40 anos, jovem para os padrões da Notre Dame, indicando que sua influência em vida garantiu uma exceção;
  • O enterro foi em uma área destacada, longe de outros corpos, exceto o do cônego Antoine de La Porte;
  • Ele era um cavaleiro habilidoso desde a infância, como apontam deformidades no corpo;
  • Sua tumba era laica e parece ter abrigado outro corpo antes dele.

Até então, os estudiosos chamavam o homem de “cavaleiro”, mas a autópsia no Instituto Forense do Hospital Universitário de Toulouse revelou que era o poeta. Documentos históricos indicam sua idade ao morrer, cidade de origem e paixão por cavalos. Textos de du Bellay sobre sua luta contra a tuberculose óssea, que evoluiu para meningite tuberculosa, ajudaram a fechar o quebra-cabeça. Os arqueólogos sabiam que ele foi enterrado na Capela de Saint-Crépin da Notre Dame junto ao tio, o cardeal Jean du Bellay, mas seu corpo nunca foi encontrado em uma escavação de 1758.

Por fim, a evidência de que a tumba abrigou outro corpo antes levou os cientistas a crer que este é mesmo o corpo perdido de Joachim du Bellay, nascido em Anjou em 1522 e morto em 1º de janeiro de 1560. Segundo a Encyclopaedia Britannica, ele foi funcionário da Diocese de Paris e cônego da Notre Dame.

Mas nem tudo são flores. Christophe Besnier, arqueólogo do INRAP e chefe da escavação, levantou dúvidas sobre a identificação durante a coletiva de imprensa. Ele apontou que a análise dos dentes indicava que o indivíduo viveu na região de Paris ou Rhône-Alpes até os 10 anos, enquanto Joachim cresceu em Anjou. Além disso, só porque a tumba não foi encontrada nas escavações de 1758 não significa que seus restos não estivessem lá.

Crubézy rebateu que Joachim cresceu com o tio Jean du Bellay, bispo de Paris, o que pode explicar a presença em Paris na infância. Mais exames serão feitos para determinar a idade precisa do “cavaleiro”, mas sem DNA de parentes, uma identificação formal é impossível. Dominique Garcia, presidente do INRAP, acredita que o questionamento de Besnier não tem embasamento, afirmando que a idade e a doença já oferecem uma solidez estatística extraordinária.

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