A Economia Criativa no Brasil: Um Potencial Desperdiçado

Galera, vocês sabiam que as profissões da economia criativa estão bombando no Brasil? Mesmo assim, elas ainda não são prioridade nas políticas de formação profissional do governo. É um descompasso total!

Educação Precisa de Revolução

Todo mundo sabe que o Brasil precisa de uma revolução educacional urgente. Precisamos preparar as novas gerações para os desafios do futuro. Mas, infelizmente, ainda estamos longe de uma educação universal e de qualidade que promova igualdade de oportunidades e combata nossa terrível desigualdade social.

Oportunidades no Mercado Criativo

Temos uma chance real de preparar a juventude para um mercado de trabalho atraente, que cresce e paga bem. Profissões em tecnologia, games, audiovisual, música, moda, arquitetura, design, publicidade, gastronomia, eventos culturais e artes em geral estão na cabeça dos jovens e precisam de mão de obra qualificada no Brasil.

Dados do Observatório da Fundação Itaú

Vamos aos números: o Observatório da Fundação Itaú mostra que a economia criativa está em expansão, com recorde de empregos gerados e salários maiores que outras profissões. Em 2023, foram criados 228 mil novos postos de trabalho, um crescimento de 3% em relação ao ano anterior. Hoje, são 7,8 milhões de empregos formais e informais.

Os setores que mais cresceram foram as artes cênicas, com um aumento de 109% nos empregos, o mercado editorial (17%), design (15%) e publicidade (10%).

Desigualdade de Gênero e Raça

Os profissionais criativos recebem em média R$ 4,8 mil mensais, enquanto outras áreas pagam em média R$ 3,2 mil. No entanto, ainda existem desafios enormes de equidade de raça e gênero. Mulheres negras recebem R$ 2,2 mil em média, enquanto homens brancos ganham R$ 7,1 mil, homens pretos R$ 4,1 mil e pardos R$ 4,5 mil.

Políticas Profissionalizantes Pontuais

Existem algumas ações de políticas profissionalizantes importantes espalhadas pelo Brasil, mas são poucas e focadas em áreas criativas específicas. No contexto do enorme desafio da formação profissional da juventude, essas iniciativas são minoritárias em comparação aos cursos técnicos mais tradicionais.

Secretarias de Cultura e Educação

Nas secretarias municipais e estaduais de cultura, são raros os projetos de formação com esse escopo. Quando acontecem, não têm o alcance necessário. Além disso, devido aos problemas orçamentários, ocorrem em detrimento de outras iniciativas culturais importantes.

As secretarias de educação também permanecem distantes desse debate, enquanto as secretarias do trabalho continuam focadas nas indústrias tradicionais.

Projetos Públicos Experimentais

Os poucos projetos públicos criados para potencializar a formação criativa acabam sendo tratados como experimentais e não atingem a universalização necessária. Exemplos disso são o ProCultSP e a Rede Daora, de São Paulo.

Sistema S e Formação Profissional

Nas entidades do Sistema S (Senai, Senac, Sesi, Sesc), alguns cursos de profissões criativas já são oferecidos, mas com alcance limitado. Seria incrível ter um SESC como modelo de excelência cultural em cada bairro e um Senac como espaço ideal para formação profissional em cada região das nossas metrópoles.

Necessidade de Nova Política de Formação

É tão óbvio que uma nova política de formação profissional, atrelada ao ensino médio, poderia proporcionar muitas oportunidades de trabalho e renda para nossa juventude nas áreas criativas. Isso ajudaria a alterar o mosaico de desigualdade em que vivemos.

Nosso país tem um potencial enorme para a economia criativa e estratégias contemporâneas de desenvolvimento. Ver esse descompasso nas políticas de formação é muito triste. São gerações de oportunidades perdidas.

Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/colunas/ale-youssef/2025/04/15/profissoes-criativas-crescem-pagam-bem-e-provam-erro-do-pais-na-formacao.htm

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