Em 2019, uma menina americana pediu para levar um brinquedo no cruzeiro pelo Caribe com sua família. A mãe concordou.
Mas, em vez de um brinquedo, a menina levou 50 patinhos de borracha. A explicação dela foi que, como os patinhos flutuam, seriam úteis se o navio afundasse.
Na verdade, ela tinha outro plano: esconder os patinhos pelo navio com bilhetinhos pedindo que quem os encontrasse fizesse contato. Uma espécie de mensagem na garrafa moderna.
Modismo Duradouro
A menina queria se divertir, criando uma caça ao tesouro no navio. Mas conseguiu mais: lançou um modismo que dura até hoje. A prática cresceu tanto que algumas empresas marítimas estão proibindo esconder patinhos de borracha nos navios.
Ou, pelo menos, restringiram as áreas onde isso pode ser feito.
Esconde-Esconde a Bordo
A brincadeira virou um desafio para ver quem conseguia esconder os patinhos nos locais mais inusitados dos navios. Isso começou a causar problemas para as companhias marítimas.
Quando os dirigentes dos cruzeiros da Disney souberam que passageiros estavam retirando painéis e removendo mobiliário para esconder os patinhos, a empresa decidiu banir os brinquedos.
Patinhos escondidos em locais inapropriados seriam confiscados.
Outras empresas também estão desencorajando seus passageiros a embarcarem na brincadeira.
Invasão de Patos
Recentemente, a Royal Caribbean proibiu esconder patinhos nos jardins internos dos navios Oasis of the Seas e Icon of the Seas para preservar as plantas.
Os jardins, chamados de “Central Park”, eram os locais preferidos para esconder os patinhos devido à vegetação densa.
Em determinado momento, havia mais patinhos escondidos nos jardins dos navios do que no próprio Central Park original.
Placas nos jardins dos navios agora avisam: “Esta é uma zona livre de patos”.
Patinhos também foram proibidos nas prateleiras das lojas dos navios, nas piscinas e nas banheiras de hidromassagem, além de locais que colocam em risco a segurança da navegação.
Era preciso agir antes que a mania saísse de controle.
Algumas empresas marítimas decidiram ir contra a correnteza e anunciaram que em seus navios “os patinhos eram bem-vindos”, como fez a Carnival.
60.000 Adeptos
Os passageiros que se divertem escondendo e descobrindo patinhos a bordo ganharam uma comunidade própria no Facebook, administrada pela mãe da menina que criou a brincadeira. A comunidade tem mais de 60.000 membros.
Os participantes compartilham seus achados, postando fotos dos patinhos e relatando onde foram encontrados.
Após registrar o achado, são estimulados a esconder os patinhos novamente, realimentando a brincadeira.
Os passageiros também podem levar os patinhos para casa como lembrança da viagem.
“Levar ou esconder? Só depende de você”, dizem os bilhetinhos deixados junto com os patinhos.
Patinhos Estilizados
Surfando na onda do modismo, a Amazon e lojas especializadas em patinhos de borracha passaram a oferecer patinhos estilizados com temáticas marítimas, como marinheiros e piratas, já com etiquetas para serem preenchidas com o nome do autor da brincadeira e o número da cabine.
A brincadeira do esconde-esconde de patinhos a bordo virou febre nos navios de cruzeiro.
Mas muitas empresas já não estão achando graça nisso.
Um Curioso Caso no Passado
A relação entre patinhos de borracha e navios é bem anterior ao modismo lançado pela menina.
O caso mais famoso aconteceu em 1992, quando um navio cargueiro deixou cair no mar um container cheio de patinhos de borracha. Eles foram levados até os pontos mais distantes do planeta, ajudando os cientistas a entender melhor as correntes marítimas.
Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/colunas/historias-do-mar/2025/07/16/por-que-cruzeiros-maritimos-estao-proibindo-patinhos-de-borracha-nos-navios.htm