Gente, olha que incrível! A Ferro e Farinha, comandada pelo chef norte-americano Sei Shiroma, foi eleita a 31ª melhor pizzaria do mundo pelo 50 Top Pizza. Isso é um reconhecimento enorme e coloca o Rio de Janeiro no cenário global da pizza como nunca antes. 🍕🌍
O Início de Tudo
A história de sucesso da Ferro e Farinha não começou nas cinco unidades espalhadas pela cidade maravilhosa. Tudo começou quando Shiroma vendia pizzas a preços acessíveis em praças e locais de bairros como Grajaú, Flamengo e Botafogo. Ele via potencial de público e apostou nisso.
Eu queria entregar uma comida de alto nível, com ingredientes de qualidade, por um preço democrático. Vendia minhas pizzas por R$ 15, R$ 20 em uma época que os lanches eram vendidos a R$ 5 e ainda assim, tinha fila de 40 pessoas esperando para provar minha receita. Foi ali que me encontrei profissionalmente e percebi o potencial do Rio para esse tipo de negócio, conta Sei.
De Publicitário a Chef
Sei Shiroma, filho de mãe chinesa e pai japonês, nasceu em Nova York e se formou em publicidade. Desde pequeno, ele vivia dentro da operação da Suibi, uma casa de sushi badalada em Manhattan, acompanhando o dia a dia do negócio ao lado dos pais. Em 2011, ele decidiu mudar de vida.
Não queria seguir nesse caminho. Vim ao Rio como turista a convite da minha namorada na época e me apaixonei pela cidade. Entendi que não queria mais voltar e, como não tinha como atuar em publicidade aqui, apostei na gastronomia, que sempre foi meu plano B, conta.
No fim de 2012, mudou-se definitivamente para o Brasil. Sem grana para abrir um restaurante, ele decidiu fazer sua primeira pizza e vendê-la nas ruas com um forno à lenha móvel em 2013.
O Sucesso nas Redes Sociais
A fermentação natural e a receita única, combinada com recheios de alta qualidade, fizeram sucesso nas redes sociais. Chefs e artistas começaram a notar.
As pessoas ficavam falando na internet que aquela era a melhor pizza da vida delas, mas eu não queria ser o cara do hype, queria ser a pessoa que proporciona a melhor experiência possível, conta.
Um ano depois, Sei percebeu que o formato das ruas não era sustentável. Ele decidiu buscar um espaço melhor e encontrou um antigo depósito de bebidas no Catete, transformando-o no primeiro endereço da Ferro e Farinha.
Rio ou São Paulo?
No Rio, Shiroma encontrou liberdade criativa para construir um estilo autoral de pizza, com influências de Nova York, da cultura asiática e do jeitinho carioca. A massa foi desenvolvida a partir de estudos de fermentação adaptados ao clima da cidade, enquanto as coberturas ganharam identidade própria com influências multiculturais.
Sempre misturei diferentes culturas nas minhas pizzas. Já usei shoyu, gengibre, peixe cru e agora estou estudando italiano para trazer mais referências da tradição napolitana e aprender com chefs de lá, revela.
Sobre a eterna rixa entre a pizza do Rio e a de São Paulo, o chef evita polêmicas, mas explica que a diferença está na cultura de cada região:
Quando cheguei na cidade, percebi que a pizza por aqui era tratada como lanche e vendida apenas em rodízios e casas de suco. Já em São Paulo, isso era levado mais a sério, com uma influência muito forte da cultura italiana. As duas cidades são completamente diferentes em muitos aspectos e entre essas diferenças, entra a pizza também, explica Sei.
Na visão do chef, o Rio evoluiu muito nos preparos das pizzas. Ele acredita que quem faz diferente e se dedica, se destaca. Não é à toa que no ranking da América Latina do 50 Top Pizza, o primeiro lugar fica com a pizza de São Paulo, seguido da argentina, chilena e, em quarto lugar, a carioca Ferro e Farinha.
Planos para o Futuro
Após consolidar a Ferro e Farinha como referência no Brasil e alcançar reconhecimento internacional, Sei faz planos para o futuro e pensa na internacionalização da marca.
Recebemos pessoas do mundo inteiro nos restaurantes, até as filhas da Madonna já foram lá. Penso em abrir novas casas, talvez em outros bairros aqui da cidade, como Tijuca, mas também olho para grandes capitais como Londres, Paris e Nova York. A Ferro e Farinha nasceu no Rio, mas tem potencial para o mundo, diz Sei.
Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2025/09/10/no-rio-tem-pizzaria-boa-31-melhor-do-mundo-ferro-e-farinha-prova-que-sim.htm