Rasmus Munk, o chef dinamarquês eleito o melhor do mundo, está no Brasil pela primeira vez e mal pode esperar para experimentar nossas frutas. A comunidade gastronômica brasileira está ansiosa para conhecer de perto o gênio por trás do Alchemist, restaurante com duas estrelas Michelin e considerado o 5º melhor do mundo pelo World’s 50 Best.
Explorando Sabores Brasileiros
Rasmus, de 34 anos, está empolgado para provar as frutas brasileiras. Ele comenta que, embora muitas sejam importadas para a Dinamarca, os sabores nunca são tão incríveis quanto quando consumidas no local de origem. Além das frutas, ele quer explorar tanto a comida de rua de São Paulo quanto os ótimos restaurantes da cidade.
O foco principal de sua visita, no entanto, é encantar o público brasileiro com sua filosofia de unir comida, arte, ciência e tecnologia para provocar reflexões e transformar a cultura alimentar.
O Alquimista na Cozinha
Rasmus Munk começou sua jornada culinária quase por acaso. Ele relembra que, ao iniciar a faculdade de culinária, não tinha nenhuma experiência na cozinha. Cresceu comendo pizza congelada e molho béarnaise feito de pó. Incentivado por um amigo, ele se matriculou no curso e logo percebeu o quão criativa a cozinha pode ser.
Desde então, Rasmus tem intrigado e emocionado com seu trabalho no Alchemist. O menu de 36 etapas do restaurante aborda temas como biodiversidade, perda de insetos na natureza e fome no mundo. Um exemplo é um prato de carne de coelho decorado com flores silvestres, evocando a fome infantil.
Arte e Mensagem
Rasmus também se inspira em arte para criar seus pratos. Um exemplo é um prato inspirado no livro 1984, de George Orwell, que mistura garra de lagosta, suco de yuzu, tomates-cereja assados e caviar, servido em um modelo de olho gigante, representando a vigilância constante.
Essa abordagem faz parte do que ele chama de “cozinha holística”, onde a gastronomia é usada para provocar sensações, reflexões e até mesmo incômodo ou choro nos clientes.
Inovação e Futuro
Além do Alchemist, Rasmus administra o Spora, um laboratório de alimentos que trabalha com desafios globais da alimentação. Em parceria com o Media Lab do MIT, ele desenvolveu o “pão espacial”, uma bola de soja com textura e crocância de pão que desaparece na língua. Essa inovação pode ser usada tanto em viagens espaciais quanto em hospitais, ajudando pacientes com dificuldades alimentares.
Rasmus acredita que ainda há muito a ser investigado e desenvolvido no Alchemist, mas também está focado em usar a criatividade culinária para criar alimentos sustentáveis e escaláveis que possam alimentar milhões no futuro.
Impacto Social
Rasmus também é responsável pela instituição JunkFood, que já distribuiu mais de 600 mil refeições a pessoas em situação de vulnerabilidade em Copenhague. Apesar de suas inúmeras conquistas, ele se mantém humilde e usa a atenção dos prêmios para abordar questões importantes como mudanças climáticas e desperdício de comida.
Rasmus no Mesa São Paulo
Rasmus Munk estará no congresso internacional Mesa Tendências no sábado, dia 1º de novembro, das 10h15 às 10h45, para compartilhar sua visão sobre o futuro da gastronomia e seu poder de inspirar mudanças.
Serviço
Local: Memorial da América Latina – Av. Mario de Andrade, 664 – portão 13 (estacionamento no portão 15)
Quando: 30 e 31 de outubro e 1º de novembro de 2025, das 9h às 20h
Ingressos: www.mesasp.com.br
Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2025/10/29/cresci-comendo-pizza-congelada-diz-ramsus-munk-o-melhor-chef-do-mundo.htm