Na última sexta-feira, o casal francês de nadadores Chloe e Matthieu Witvoet, de 29 e 31 anos respectivamente, mergulhou nas águas da cidade de Mindelo, nas Ilhas de Cabo Verde, com um objetivo impressionante: atravessar o Oceano Atlântico a nado.
Sim, eles querem atravessar o oceano nadando! E já estão nessa jornada há cinco dias, nadando sem parar.
Essa aventura deve durar cerca de três meses, com a meta de chegar à ilha de Guadalupe, no Caribe, a quase 4.000 quilômetros de distância.
Dois recordes em jogo
Se conseguirem, Chloe e Matthieu vão quebrar dois recordes: o maior revezamento a nado da história e a mais longa travessia feminina em mar aberto. Não é pouca coisa!
Para isso, eles vêm se preparando há anos. Em 2019, atravessaram o Estreito de Gibraltar. Em 2020, nadaram toda a extensão do Rio Sena, na França. E, dois anos atrás, foram de Marselha até Barcelona, sempre a nado.
Ultramaratona aquática
“O que fazemos é natação de ultramaratona”, explicou Chloe antes de vestir sua roupa especial, que a protege do frio e de seres marinhos, e entrar no mar de Cabo Verde rumo ao Caribe.
Revezamento no mar
Para essa empreitada, eles contam com um barco de apoio, usado para alimentação e descanso. Quando um sai da água, o outro entra, mantendo o revezamento. À noite, ambos dormem no barco, que fica à deriva, avançando com as correntes marítimas.
O barco tem uma equipe de quatro pessoas, incluindo uma enfermeira, para qualquer emergência.
Milhões de braçadas
A estimativa é que, dependendo das condições do mar, o casal precise dar cerca de 5 milhões de braçadas até chegar ao Caribe, divididas em turnos de seis horas por dia para cada nadador.
Mas isso não assusta Chloe e Matthieu. “No último verão europeu, nadamos no mar entre quatro e cinco horas seguidas, todos os dias. E isso é, mais ou menos, o que também iremos fazer no Atlântico”, explicou Chloe nas redes sociais, buscando se tornar a recordista da mais longa travessia feminina em mar aberto.
Mais que recordes
Além dos recordes, Chloe e Matthieu querem passar uma mensagem educativa às crianças sobre a importância de proteger os mares. Mais de 60.000 crianças receberam kits educativos sobre biodiversidade e poluição dos oceanos. A ideia é que elas debatam esses temas em sala de aula enquanto acompanham a travessia do casal em tempo real.
“Se não conseguirmos completar a travessia, mas tivermos sucesso na campanha de conscientização das crianças, já terá valido a pena”, disse Chloe antes de entrar no mar.
Travessias curiosas
Mesmo se completarem a travessia, não será a primeira vez que o Atlântico é vencido a nado. Em 1998, o francês Benoit Lecomte cruzou dos Estados Unidos à França nadando, parando para descansar em um barco de apoio, e levou 72 dias para completar o percurso.
Outras travessias curiosas do Atlântico também já aconteceram. Em 2000, dois jovens italianos atravessaram das Ilhas Canárias à Martinica com automóveis flutuantes transformados em jangadas, praticamente à deriva.
Aquela travessia inusitada rendeu momentos de sufoco e desconforto, mas foi bem-sucedida.
Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/colunas/historias-do-mar/2025/11/05/casal-frances-inicia-travessia-do-atlantico-da-africa-ao-caribe-a-nado.htm
