A Revolução da IA no Mundo dos Vinhos: Tecnologia e Tradição

Recentemente, o Google apresentou um novo gerador de vídeos que deixou muita gente surpresa. Isso me fez pensar sobre como a manipulação de dados pode impactar um dos meus assuntos favoritos: o vinho. Será que vamos acabar tomando vinhos falsificados? Ou será que eles já estão no meu copo? 🍷🤔

IA nos Vinhedos

A inteligência artificial, aprendizado de máquinas e análise avançada de dados já são usados há algum tempo nos vinhedos. A agricultura de precisão é uma busca constante de muitos produtores. Sistemas avançados monitoram condições climáticas, irrigação, doenças e tudo que envolve a administração das videiras. Até drones e tratores são usados para trabalhar as plantas de forma meticulosa.

A IA ajuda a escolher orientações de plantio, antecipar intervenções e evitar desperdício de recursos. As decisões passam a ser menos orientadas pelo instinto do agricultor, melhorando a eficiência econômica e reduzindo danos ambientais causados pela aplicação exagerada de pesticidas.

Produtores de Renome

Por enquanto, somente produtores de certo porte conseguem usar esses recursos. Alguns, como o Chateau Montelena, famoso por vencer o histórico Julgamento de Paris em 1976, já adotaram essas tecnologias. A Forbes fez uma matéria interessante com o enólogo da vinícola.

O Futuro da Enologia

Será que os enólogos estão com os dias contados? É cedo para dizer que a enologia vai ser toda conduzida por computadores, mas já existem algumas iniciativas nesse sentido. Algumas são melhoramentos de processos existentes, como monitoramento da fermentação. Outras buscam identificar o perfil de gosto dos consumidores, fornecendo insumos para decisões de marketing e até mesmo sobre que tipo de vinho produzir. Uma das empresas desse ramo se chama Tastry.

A avaliação da qualidade dos vinhos também deve mudar. Hoje, grupos de experts avaliam vinhos às cegas e atribuem pontos a eles. Um artigo da Harvard Data Science Review sugere que a tecnologia pode transformar essa prática.

Combate às Falsificações

Um experimento da Universidade de Genebra, com ajuda de IA, mapeou os componentes químicos dos vinhos de alguns produtores de Bordeaux. Os cromatogramas conseguiram diferenciar os vinhos com 100% de precisão. Essa ferramenta é útil para produtores que têm seus vinhos frequentemente falsificados, permitindo comparar o líquido com a matriz original.

Escolha de Vinhos

Já existem iniciativas que mapeiam o gosto pessoal e fazem indicações baseadas nele. Algumas, como MyOeno e Preferabli, são bastante sofisticadas. Outras, como GrapeGPT, usam grandes plataformas de IA generativa.

Uniformização do Vinho

Apesar da ajuda da tecnologia na vinicultura, sinto que todos esses esforços podem levar à uniformização do vinho e à criação de câmaras de eco do gosto. Espero que possamos manter algum nível de artesania na produção de vinhos e que sempre haja pessoas dispostas a conhecer vinhos diferentes e suas histórias.

SAIDEIRA

Esse eu não devo tomar
A Aubert & Mathieu, do Languedoc, usou o ChatGPT para fazer vinho. Com uvas syrah e grenache orgânicas, perguntaram à IA que vinho deveriam fazer no sul da França. O resultado foi o provocativo The End, que nunca experimentei.

Esse tava bom
O Magmatic Chenin Blanc 2021 da Arte da Vinha é feito com mínima intervenção e fermentação espontânea. Floral, com frutas como pêssego e nectarina, e algo de mineral. Cheio de sabor e com pouco álcool. Duvido que um algoritmo consiga fazer algo parecido.

Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/colunas/vamos-de-vinho/2025/06/08/seu-vinho-pode-ter-sido-feito-por-um-robo.htm

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