Quatro dias após o barco de treinamento da Marinha Mexicana Cuauhtémoc colidir com a ponte do Brooklyn, em Nova York, causando a morte de dois tripulantes e ferimentos em outros 22 alunos marinheiros, as investigações ainda não chegaram a uma conclusão definitiva. No entanto, algumas hipóteses estão sendo consideradas.
Possíveis Causas do Acidente
Uma das principais teorias é que tenha ocorrido um problema no sistema de propulsão do barco, impedindo o comandante de controlar a embarcação. Após desatracar, o veleiro começou a navegar de ré, colidindo com a ponte quatro minutos depois. A altura da ponte era inferior à dos três mastros do veleiro, onde estavam perfilados os marinheiros, resultando na queda fatal de dois deles.
O comandante do barco relatou rapidamente às autoridades que o problema pode ter sido uma falha mecânica. Para confirmar isso, serão necessárias inspeções detalhadas nos sistemas de controle e propulsão do barco, que será levado para reparos em um estaleiro. Outra possibilidade é uma falha elétrica que desabilitou os comandos do barco, tornando-o incontrolável.
O Papel do Rebocador
Outro fator em análise é a participação do rebocador americano Charles D. McAllister na manobra de desatracação do veleiro. Vídeos gravados por testemunhas mostram que o veleiro não estava atado ao rebocador por nenhum cabo, o que não é incomum, mas o rebocador não conseguiu corrigir o rumo do veleiro, que acabou colidindo com a ponte.
A velocidade do veleiro no momento da colisão era de 6 nós, navegando de ré, quando deveria estar se movendo para frente. A comissão de inquérito também avaliará se o comportamento do comandante do rebocador foi adequado.
Condições Adversas
Outro aspecto a ser investigado é por que o barco mexicano não saiu do porto mais cedo, quando a maré estava vazante. Na hora da partida, a correnteza e o vento sopravam no sentido oposto ao da saída do porto, contribuindo para empurrar o barco em direção à ponte.
Três Linhas de Investigação
O inquérito focará em três linhas principais: possíveis falhas mecânicas, atuação da tripulação do veleiro e ações do rebocador. A conclusão final pode apontar uma combinação desses fatores como causa do acidente. O resultado do inquérito está previsto para sair em cerca de 30 dias, com total transparência, segundo o comandante da Marinha Mexicana, Almirante Raymundo Pedro Morales Ángeles.
Acidentes Inexplicáveis
Este acidente é mais um dos quase inexplicáveis que ocorrem em águas americanas. Dois meses atrás, um navio cargueiro colidiu com uma ponte em Baltimore, causando a queda de carros na água e a morte de seis pessoas. A conclusão foi que uma falha elétrica afetou os meios de condução do cargueiro.
No passado, acidentes marítimos eram ainda mais comuns. Um dos mais absurdos ocorreu em julho de 1956, quando os transatlânticos Andrea Doria e Stockholm colidiram de frente no oceano, resultando no naufrágio do Andrea Doria.
Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/colunas/historias-do-mar/2025/05/21/falha-mecanica-negligencia-por-que-barco-mexicano-bateu-na-ponte-de-ny.htm