Gente, o Carnaval de rua está passando por um perrengue sério! Os Conselhos de Segurança dos bairros mais chiques estão atacando as festas, sempre com aquele discurso de ódio contra a ocupação da cidade pelo povo e suas manifestações artísticas. 😡
Desde que os primeiros blocos surgiram, o Carnaval de São Paulo só cresceu. Em 15 anos, a cidade virou um dos maiores centros carnavalescos do Brasil, com cerca de 15 milhões de foliões nas ruas, milhares de empregos gerados e um impacto econômico de R$ 3 bilhões. Mas, infelizmente, o hate nunca parou.
Agora, uma nova onda conservadora está circulando um relatório sobre o Carnaval de 2024, cheio de distorções jurídicas, apontando supostos ‘ilícitos’. Esses poucos membros dos Conselhos vão contra a alegria de milhões de pessoas, como se São Paulo não fizesse parte do Brasil.
Infelizmente, ataques aos nossos movimentos culturais e a restrição dos espaços públicos fazem parte da história da cidade. E a situação piorou com a Secretaria Municipal de Cultura abrindo mão de seu papel de organizar o evento, causando atrasos nos processos de inscrição e patrocínio, e diminuindo o apoio aos blocos comunitários e periféricos. Além disso, os órgãos de segurança proibiram alguns desfiles, obrigaram o término às 18h, e exigiram enormes áreas gradeadas para policiais e o cercamento dos trajetos carnavalescos para revista do público.
Isso tudo resultou no cancelamento de centenas de blocos, muitos deles super tradicionais, que ficaram sem apoio. Claro que medidas de segurança são importantes, mas não podem transformar a festa popular em outra coisa. Os órgãos de segurança devem garantir a liberdade de ir e vir das pessoas e evitar roubos e furtos.
É urgente que a prefeitura retome a mediação cultural para reverter esse ambiente restritivo e acelerar a produção do evento. Para 2025, a administração municipal nem abriu o processo de inscrição de blocos ainda!
Organizar a festa de rua com antecedência e articulação com a sociedade é a melhor forma de combater esses ataques. O Carnaval é o que nos une, é nossa identidade, quebra bolhas e não deve ser tratado como objeto de disputa ideológica por quem prefere uma cidade cinza, sem expressões culturais e artísticas.
São Paulo não pode perder o posto de um dos maiores carnavais do Brasil. Para evitar isso, muitos blocos e coletivos já estão se movimentando.
O Acadêmicos do Baixo Augusta, por exemplo, já anunciou o tema do seu desfile inspirado na obra de Jorge Aragão e em defesa do próprio Carnaval, das rodas de samba e das manifestações da cultura popular e da vida noturna da cidade: ‘A força dos nossos pagodes’.
Resiste quem pode, como diz a letra do mestre Aragão, porque uma cidade ocupada pelas pessoas e pela arte é uma cidade mais humana, mais bonita, mais colorida, mais segura e muito melhor para se viver. ✨