Carnaval de Rua em São Paulo Enfrenta Desafios Conservadores

Gente, o Carnaval de rua está passando por um perrengue sério! Os Conselhos de Segurança dos bairros mais chiques estão atacando as festas, sempre com aquele discurso de ódio contra a ocupação da cidade pelo povo e suas manifestações artísticas. 😡

Desde que os primeiros blocos surgiram, o Carnaval de São Paulo só cresceu. Em 15 anos, a cidade virou um dos maiores centros carnavalescos do Brasil, com cerca de 15 milhões de foliões nas ruas, milhares de empregos gerados e um impacto econômico de R$ 3 bilhões. Mas, infelizmente, o hate nunca parou.

Bloco carnavalesco toma a Praça da República no CarnavalBloco carnavalesco toma a Praça da República no Carnaval – Edson Lopes Jr/UOL

Agora, uma nova onda conservadora está circulando um relatório sobre o Carnaval de 2024, cheio de distorções jurídicas, apontando supostos ‘ilícitos’. Esses poucos membros dos Conselhos vão contra a alegria de milhões de pessoas, como se São Paulo não fizesse parte do Brasil.

Infelizmente, ataques aos nossos movimentos culturais e a restrição dos espaços públicos fazem parte da história da cidade. E a situação piorou com a Secretaria Municipal de Cultura abrindo mão de seu papel de organizar o evento, causando atrasos nos processos de inscrição e patrocínio, e diminuindo o apoio aos blocos comunitários e periféricos. Além disso, os órgãos de segurança proibiram alguns desfiles, obrigaram o término às 18h, e exigiram enormes áreas gradeadas para policiais e o cercamento dos trajetos carnavalescos para revista do público.

Bloco de rua em Pinheiros, no Carnaval de 2019Bloco de rua em Pinheiros, no Carnaval de 2019 – Edson Lopes Jr./UOL

Isso tudo resultou no cancelamento de centenas de blocos, muitos deles super tradicionais, que ficaram sem apoio. Claro que medidas de segurança são importantes, mas não podem transformar a festa popular em outra coisa. Os órgãos de segurança devem garantir a liberdade de ir e vir das pessoas e evitar roubos e furtos.

É urgente que a prefeitura retome a mediação cultural para reverter esse ambiente restritivo e acelerar a produção do evento. Para 2025, a administração municipal nem abriu o processo de inscrição de blocos ainda!

Organizar a festa de rua com antecedência e articulação com a sociedade é a melhor forma de combater esses ataques. O Carnaval é o que nos une, é nossa identidade, quebra bolhas e não deve ser tratado como objeto de disputa ideológica por quem prefere uma cidade cinza, sem expressões culturais e artísticas.

São Paulo não pode perder o posto de um dos maiores carnavais do Brasil. Para evitar isso, muitos blocos e coletivos já estão se movimentando.

Alessandra Negrini no desfile do Acadêmicos do Baixo Augusta deste anoAlessandra Negrini no desfile do Acadêmicos do Baixo Augusta deste ano – Marcelo Justo/UOL

O Acadêmicos do Baixo Augusta, por exemplo, já anunciou o tema do seu desfile inspirado na obra de Jorge Aragão e em defesa do próprio Carnaval, das rodas de samba e das manifestações da cultura popular e da vida noturna da cidade: ‘A força dos nossos pagodes’.

Resiste quem pode, como diz a letra do mestre Aragão, porque uma cidade ocupada pelas pessoas e pela arte é uma cidade mais humana, mais bonita, mais colorida, mais segura e muito melhor para se viver. ✨

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