Casa de Filme ‘Ainda Estou Aqui’ Vira Novo Ponto Turístico na Urca

Gente, olha só que novidade! A Urca, no Rio de Janeiro, ganhou mais um hotspot. Além da famosa mureta e do Pão de Açúcar, agora a galera está indo conferir a casa que foi cenário do filme ‘Ainda Estou Aqui’, dirigido pelo Walter Salles. Desde domingo (5), depois que a Fernanda Torres levou o Globo de Ouro de Melhor Atriz pelo filme, o lugar virou um must-see para quem quer tirar aquela foto ou gravar um vídeo bapho.

O casarão, que foi comprado em 2021 por R$ 14 milhões, passou por uma reforma e vai receber novos moradores em janeiro. A revista Nossa teve acesso exclusivo ao imóvel, que está quase pronto, faltando só alguns detalhes na decoração e montagem dos móveis.

O casal que vai morar lá já está super animado para o dia 2 de março, quando rola a cerimônia do Oscar, onde a Fernanda Torres pode ser indicada. ‘A gente sabia que isso iria acontecer, mas não vejo problema em a casa ter se tornado ponto turístico. Vamos chamar os amigos e assistir ao Oscar daqui, diretamente do set de gravação do filme’, disse o proprietário, que preferiu não se identificar.

Baseado no livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, ‘Ainda Estou Aqui’ conta a história de Eunice Paiva, mãe do autor. Interpretada pela Fernanda Torres, Eunice enfrenta as violências do regime militar após a prisão e desaparecimento do marido, o deputado cassado Rubens Paiva (Selton Mello), nos anos 1970.

Por dentro da casa

Localizado na esquina da Rua Roquete Pinto com a Avenida João Luiz Alves, o casarão tem uma vista incrível para o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor. Com cerca de 800m² de área construída, o imóvel tinha originalmente cinco suítes. Depois da reforma, duas viraram closet e escritório, restando três suítes com varandas de frente para o mar.

A fachada foi preservada por seu valor histórico e o jardim, que ocupa toda a entrada, é cheio de plantas que combinam com a vibe tranquila da rua. Nos fundos, tem uma piscina e um lounge, onde rolou o set de gravações do filme.

A porta principal dá acesso a uma sala super marcante do filme, onde o casal Eunice e Rubens Paiva dançavam com seus filhos e recebiam amigos. A casa estava sendo limpa na visita, com caixas, quadros e móveis ainda sendo montados. A sala de jantar continua igual ao filme, com uma mesa imponente de dez lugares e uma vista para uma fonte externa.

O piso de taco foi mantido, mas a sala de estar ganhou sofás de linho modernos, mesa de centro e Smart TV. A estante de livros do filme agora tem obras de arte do Walter Goldfarb, trazendo leveza e musicalidade. A cozinha foi toda modernizada, com eletrodomésticos e armários novos.

‘A casa ficou alugada para o Walter Salles por um ano e meio, mas de locação para a gravação foram seis meses. Tivemos que fazer uma reforma porque durante as gravações o imóvel foi envelhecido para parecer uma casa dos anos 70. Fizemos obras de recuperação, modernizamos alguns cômodos, mas mantemos a fachada e as características internas. A ideia é o filme vir para a casa, por isso decoramos com obras que vão dialogar com essa atmosfera, trazendo música e arte’, disse o novo morador ao UOL.

Mesmo com a mudança prevista, o proprietário contou que está aceitando propostas acima dos R$ 14 milhões investidos em 2021: ‘Ainda estamos pensando em vender ou não, mas não tenho um valor definido como estão dizendo por aí. Se recebermos uma boa proposta… acho que o próximo morador não vai gostar de toda essa visibilidade que o imóvel ganhou, a não ser que seja uma pessoa do mundo das artes também’.

Ponto turístico

A casa original da família Paiva ficava na Avenida Delfim Moreira, no Leblon, mas foi vendida e virou um restaurante, depois um prédio. Mesmo não sendo a casa original, o set de gravações na Urca tem atraído muitos curiosos. Enquanto o proprietário conversava com a reportagem, duas meninas entraram no jardim para tirar fotos.

Mariana Carvalho de Brito, 27, e Lucas Paes, 28, de Recife, estão de férias no Rio e já tinham colocado a visita ao cenário do filme na lista. ‘Ela (Fernanda Torres) interpretou super bem a Eunice Paiva. O Brasil todo reconheceu a família, o que eles passaram e ela teve muita força, muita garra e mesmo após enfrentar a ditadura, se formou e ainda conseguiu provar a morte do marido. É um filme muito especial para mim’, contou Mariana. ‘Gostei muito do filme, foi bem bacana, mas não esperava que ela fosse ganhar por causa das pessoas com quem ela estava disputando. Foi muito merecido’, disse Lucas. O casal até brindou em comemoração ao Globo de Ouro da atriz.

Os cinéfilos Walter Dhein, 43, e Saulo Silos, 38, moradores do Rio, também foram visitar o set por curiosidade: ‘Além da atuação da Fernanda Torres, o que mais me marcou foi que o filme começa muito solar, muito alegre e depois vira um filme de terror. Uma atmosfera muito pesada, pelo contexto de toda a história. Essa família de fato vive um terror no período da ditadura’, disse Walter, que assistiu ao filme três vezes no cinema.

Apaixonados por cinema, eles acompanham o Globo de Ouro e o Oscar há anos. Saulo disse que a vitória de Fernanda foi inesperada: ‘Acompanhamos essas premiações há muito tempo, fizemos bolões com os amigos, vimos pesquisas anteriores e a Fernanda Torres de fato não estava sendo cogitada para ganhar. Na hora que falaram o nome dela, nós começamos a gritar. O fato da Fernanda ter levado esse prêmio foi muito surpreendente. Isso mostra que o perfil dos votantes está mudando. E olha, nós nem gostamos de futebol, mas foi uma sensação de vencer a Copa do Mundo. O Brasil ganhou esse prêmio, foi uma vitória coletiva’, disse Saulo. ‘É como se fosse uma amiga, alguém da nossa família que tivesse ganhando’, completou Walter.

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