Descoberta de Cemitério de 5.000 Anos na Espanha Sugere Sociedade Matriarcal

Gente, olha só essa descoberta incrível! Um cemitério de 5.000 anos foi encontrado na Espanha, e o mais curioso é que há o dobro de mulheres enterradas em comparação aos homens. Isso deixou os pesquisadores da Universidade de Granada e da Universidade de Tübingen super intrigados, e pode indicar que a sociedade pré-histórica da região era matriarcal.

Os restos mortais foram encontrados na necrópole megalítica de Panoría, um sítio arqueológico descoberto em 2012, no extremo leste da Serra Arana, na cidade de Darro. Até agora, já foram escavados nove dos 19 túmulos encontrados entre 2015 e 2019.

Até o momento, mais de 55 mil pessoas foram contabilizadas como enterradas em Panoría. A desproporção entre gêneros é ainda maior entre os jovens: há 10 mulheres para cada homem entre a população juvenil. Esse dado foi revelado pelo estudo publicado na revista Scientific Reports no fim de setembro.

Os especialistas usaram técnicas de bioarqueologia para determinar quando os enterros ocorreram e, com a ajuda da datação por carbono 14, concluíram que os primeiros sepultamentos aconteceram há 5.600 anos, enquanto os mais recentes são de 4.100 anos atrás.

A análise dos ossos também permitiu estimar a idade de cada pessoa quando morreu, baseada em características distintas da pelve, fechamento das suturas cranianas, alterações da superfície auricular e desenvolvimento dos dentes. Além disso, a investigação do sexo cromossômico foi realizada a partir da análise de DNA dos ossos e do estudo de uma proteína chamada amelogenina, presente no esmalte dos dentes.

A conclusão de que há o dobro de mulheres no cemitério surpreendeu os cientistas, pois desequilíbrios entre sexos só são vistos em condições excepcionais, como em cemitérios de soldados após guerras ou migrações atípicas.

Como essa grande divergência entre o número de homens e mulheres aconteceu de maneira consistente por 1.500 anos, os pesquisadores acreditam que o desequilíbrio não é fruto de um evento pontual, mas resultado de uma decisão social persistente.

Marta Díaz-Zorita Bonilla, bioarqueóloga da Universidade de Tübingen e autora principal do trabalho, destacou que as pessoas da área de Panoría viviam como produtores rurais explorando a paisagem ao redor durante o período de uso do cemitério.

É provável que a sociedade local na Idade da Pedra Polida fosse matriarcal, ou ao menos suas práticas funerárias. Ou seja, as relações familiares, de poder e de identidade eram baseadas em um indivíduo ser filho daquela mãe e não daquele pai.

Os cientistas de Granada e Tübingen ainda trabalham com a hipótese de que os homens dessas famílias tenham sido enterrados com outros grupos de parentesco. Eles sugerem que as filhas mantinham-se com o grupo de parentesco, enquanto os filhos partiam para se juntar a outros grupos (exogamia masculina).

As pesquisas em torno das desproporções de gêneros de Panoría devem continuar, mas o trabalho já é considerado pioneiro por analisar também os ossos de crianças e jovens, e não apenas adultos.

Há outros elementos a considerar, como a descoberta em 2015 de que os túmulos eram situados pelo nascer do sol durante solstícios, um elemento ritualístico importante para muitos sítios megalíticos, como Stonehenge.

Entender como o local era mantido pode dar pistas de uma Espanha bem diferente daquela que conhecemos hoje.

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