Descubra as Linguagens do Amor dos Seus Pets: Cães e Gatos

Ter um pet em casa é uma experiência cheia de amor, cumplicidade e muito carinho. Mas você já parou pra pensar em como cães e gatos demonstram esse amor de jeitos diferentes?

Assim como a gente, cada pet tem sua personalidade e formas únicas de mostrar afeto. “Algumas raças são mais próximas ao ser humano, então demonstram afeto com contato físico, enquanto outras demonstram afeição de formas diferentes”, explica o professor Thiago Vendramini, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.

Mesmo sem dizer “eu te amo” ou “obrigado”, os cães têm várias maneiras de mostrar sua amizade. Entre os sinais mais comuns estão:

  • Chamar para brincadeiras ou passeios
  • Lamber
  • Olhar nos olhos do tutor
  • Dormir perto
  • Pedir carinho

Mas atenção! Gestos como abanar o rabo ou fazer “festinha” ao receber o tutor em casa nem sempre são positivos. Abanar o rabo pode indicar estresse, e uma “festinha” exagerada pode sinalizar dependência emocional e ansiedade. Por outro lado, em pets mais reservados, o simples fato de se sentirem confortáveis na presença do tutor já é um ótimo sinal, explica o médico-veterinário Ricardo de Pauli. Comportamentos de proteção, como seguir o tutor ou ficar próximo do berço de uma criança, também podem indicar amor e preocupação.

E o meu gato, gosta de mim?

Tem gente que acha que gatos são frios e distantes, mas isso tem a ver com o processo evolutivo deles. Quando os humanos começaram a plantar e armazenar grãos, atraíram roedores e, consequentemente, os felinos. Estudos mostram que a domesticação de cães e gatos pode ter uma diferença de até 10 mil anos.

Maria Nely, de Goiânia (GO), discorda dessa fama dos gatos. Ela conta que depois de adotar a Sofia, ficou apaixonada e quis mais gatos. “Primeiro adotamos a Sofia e ficamos apaixonados, porque ela trazia muita paz e me acalmava. Depois, apareceu um gatinho no meu prédio, e ele passou a ser nosso. Chamamos de Dengoso, porque ele é muito mansinho”, conta.

Para mostrar carinho, os gatos podem:

  • Lamber
  • Se esfregar no tutor
  • Deitar no colo
  • Pedir carinho
  • Brincar
  • Trazer “presentes” inusitados, como folhas e pequenos insetos

Especialistas ainda mencionam o ronronar e o hábito de “amassar pãozinho” como sinais de que os felinos estão confortáveis e felizes com o tutor. “Normalmente o gato faz isso quando está sentindo prazer e está relaxado. Ele também está demarcando o ambiente e os indivíduos que ele gosta”, comenta o veterinário Ricardo.

Como se conectar ao seu pet

Para fortalecer ainda mais a relação com seu bichinho, é importante lembrar que os animais também entendem as nossas “linguagens do amor”. Aproveitar momentos de alimentação, banho e passeios são ótimas oportunidades para se aproximar do seu pet. Palavras de afirmação, como elogios, também ajudam a deixar cães e gatos felizes com seus tutores.

Na casa de Maria Nely, a conexão com cada gatinho é reforçada de forma diferente, respeitando a personalidade e as necessidades de cada um. “Hoje tenho três gatos: o Dengoso, a Nala e a Lua. Todos pedem afeto de um jeito e querem coisas diferentes. A Lua gosta muito de erva-cidreira, a Nala pede sempre petiscos e o Dengoso fica roçando nas minhas pernas quando quer tomar sol”.

O toque físico, seja através de carinhos, brincadeiras ou da escovação – no caso dos felinos – também é uma forma de fazer os animais se sentirem amados. No caso dos bichinhos recém-adotados ou que sofreram maus-tratos, talvez essa etapa seja mais difícil, pois muitos têm medo de humanos e evitam o contato. Nesse caso, o professor Thiago reforça que a aproximação deve acontecer aos poucos: “é preciso respeitar o limite de proximidade que o animal nos permite, pois isso define até onde podemos ir”, explica.

O adestrador Ricardo de Pauli complementa que não podemos forçar a interação. Segundo ele, “é melhor esperar eles virem até a gente, tentar nos abaixar na mesma altura deles, oferecer comida, deixar eles cheirarem e só oferecer carinho se eles permitirem”.

Excesso de carinho é um problema?

Ainda que o nosso amor pelos bichinhos seja enorme e muitos os considerem parte da família, exageros nos cuidados podem ser prejudiciais. Oferecer petisco a toda hora faz mal pra saúde; vestir roupinhas e sapatinhos quando os bichos claramente não gostam leva a estresse e ansiedade. Até o uso de perfumes, embora comum em pet shops, pode ser irritante, já que os animais têm o olfato extremamente sensível.

O ideal é encontrar equilíbrio e permitir que os animais expressem comportamentos naturais, como correr, brincar e rolar na grama. E evitar o mimo excessivo — é aí que eles podem desenvolver uma ansiedade de separação, por exemplo.

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