O vinho do Porto é, sem dúvida, um dos vinhos doces mais famosos do mundo. No Brasil, graças à herança portuguesa, ele é bem conhecido. Mas você já se perguntou por que o vinho do Porto é doce? 🤔
O Segredo do Doce
O segredo está na interrupção da fermentação alcoólica. Antes que as leveduras transformem todo o açúcar das uvas em álcool, é adicionada uma aguardente bem alcoólica. Isso faz com que os microrganismos morram, resultando em um vinho doce (pela interrupção da fermentação) e mais alcoólico (pela adição de aguardente).
Peraí, e o Porto Branco Seco?
Sim, eu sei, falei que o vinho do Porto é sempre doce. Mas tem uma exceção: o Porto branco seco. Ele vai super bem misturado com tônica e alguma guarnição no famoso portonic. O truque aqui é adicionar a aguardente próximo do fim da fermentação, quando quase todo o açúcar já virou álcool. O resultado? Um vinho mais seco que seus irmãos, embora ainda tenha um toque de dulçor.
Gato por Lebre no Copo em Paris
Uma reportagem em vídeo do Le Parisien revelou que garçons em Paris costumam servir vinhos mais baratos do que os escolhidos pelos clientes quando o pedido é feito em taças, especialmente se o cliente parecer turista. Dois sommeliers foram destacados para pedir vinhos em copo em restaurantes de áreas turísticas. Um deles até identificou um “Chablis” de sauvignon blanc (uva que não é usada nessa denominação, e sim chardonnay).
Uma Uva: Touriga Franca
Menos famosa que a touriga nacional, a touriga franca (ou francesa) é a variedade mais plantada no Douro, de onde vêm as uvas do Porto. É uma cepa bastante produtiva, que aguenta bem o calor da região. Tem características de frutas pretas e vermelhas e de flores, mas dificilmente é vinificada como varietal, sendo mais usada em cortes, como no Porto. Também é importante no Dão e há plantações na Austrália.
Saideira
Esse eu nunca tomei
A Quinta do Crasto faz, em algumas safras, um varietal de touriga nacional. A descrição do produtor para a de 2019 é a seguinte: ‘De cor violeta carregada, apresenta aromas intensos de frutos do bosque em harmonia com suaves notas de especiaria. Na boca, inicia com excelente volume, mostrando ser um vinho de estrutura séria, composto por taninos de textura fina e persistente. Um vinho envolvente que espelha muito bem a tipicidade da casta Touriga Franca e que termina com excelente frescura e persistência.’ Custa mais de R$ 700 (safras variadas) em sites de lojas.
Esse tava bom
Admito que tenho receio com vinhos espanhóis de monastrell (mourvèdre, em francês). Já topei com muitos excessivamente maduros, cozidões. Mas o Finca Xaconero 2018, feito por Enrique Mendoza em Alicante, foi uma bela surpresa. Frutas pretas frescas (ameixa e amora), flores (rosas), especiarias (canela) e ervas (alecrim), com um toque lácteo (iogurte) e de chocolate. É robusto, mas não pesado, rústico, com leve amargor. Aconselho que seja bebido logo, enquanto mantém o frescor de suco de frutas. Custa R$ 322,90 na importadora Grand Cru.
Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/colunas/vamos-de-vinho/2025/05/10/por-que-o-vinho-do-porto-e-doce.htm