é Arbois, mas outras cidades importantes incluem Lons-le-Saunier, Poligny e Chateâu-Chalon. Apesar de ser uma região montanhosa, os vinhos são produzidos entre 200 m e 400 m de altitude, no sopé das Montanhas do Jura.
O Jura tem algumas diferenças marcantes em relação à Borgonha: o clima é mais severo, com dificuldades históricas para o amadurecimento das uvas, e a região não é uma monocultura. Os vinhedos convivem com outras culturas agrícolas, florestas e criação de gado leiteiro, famoso pelo queijo Comté. Além disso, o solo é predominantemente de marga, o que traz características únicas aos vinhos.
Como são os vinhos?
É impressionante como uma região tão pequena produz uma variedade tão grande de vinhos. Há espumantes (Crémant du Jura e pét-nats), brancos de estilos variados, tintos, rosados, doces e até o Macvin du Jura, um vinho licoroso. Os produtores também experimentam bastante, com vinhos laranja sendo comuns hoje em dia.
Os brancos: O Jura é conhecido por seus vinhos brancos oxidativos, envelhecidos em barris com contato com oxigênio, formando uma camada de leveduras chamada “voile”. Esses vinhos têm aromas de frutas secas e são únicos. Mas a popularidade do Jura também cresceu com os vinhos “ouillé”, que evitam o contato direto com oxigênio.
Os tintos: Os tintos do Jura são leves e delicados, com a pinot noir sendo a uva mais robusta da região.
Vinhos específicos do Jura:
- Vin Jaune: Envelhecido sob flor por pelo menos 6 anos e três meses, 100% savagnin. Tem notas de nozes, especiarias e terra. É um vinho do tipo “ame-o ou deixe-o”.
- Vin de Paille: Vinhos doces feitos com uvas secas em esteiras. São raros e deliciosos.
- Macvin du Jura: Vinho licoroso com aguardente de uva, envelhecido em madeira por pelo menos dez meses.
Quais são as uvas mais importantes?
Brancas:
- Chardonnay: A uva mais plantada, adaptando-se bem aos solos calcários e argilosos. É a principal uva para espumantes.
- Savagnin: Idêntica à traminer, é a uva por excelência dos vinhos oxidativos.
Tintas:
- Poulsard: Exclusiva do Jura, produz vinhos leves, quase rosés.
- Trousseau: Vinhos frutados e complexos, mas ainda leves.
- Pinot noir: Segunda tinta mais plantada, produz vinhos com mais corpo.
Existem outras variedades históricas que às vezes são encontradas em cortes, como enfariné e béclan noir, que têm potencial de resistência à mudança climática.
As apelações mais relevantes
- AOC Côtes du Jura: A mais ampla da região, abrangendo todo o Jura, exceto áreas específicas de outras AOCs.
- AOC Arbois e Arbois-Pupillin: Produz qualquer tipo de vinho, desde que os vinhedos estejam na região de Arbois.
- AOC Chateâu-Chalon: Específica para Vin Jaune.
- AOC L’Étoile: Denominação para vinhos brancos, Vin Jaune e Vin de Paille.
- AOC Macvin du Jura: Veja acima.
- AOC Crémant du Jura: Espumantes feitos pelo método tradicional.
- Vin de France: Categoria usada para experimentações e vinhos que não se encaixam nas AOCs.
Domaine Macle Chateâu-Chalon 2017
Esse tava bom
Jérôme Arnoux Quintessence chardonnay 2022: Produzido a partir de vinhas velhas em solos calcários e de marga do Triássico. Frutas amarelas, limão siciliano, manteiga e madeira bem colocada. Intenso e longo, com acidez na medida. A safra 2015 custa R$ 449 na importadora.
Esse também
Overnoy-Crinquand Arbois-Pupillin Gaec de La Bidode poulsard 2022: Leve, frutado e floral, com acidez convidativa. Um vinho para todos os dias.
Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/colunas/vamos-de-vinho/2025/09/18/com-producao-limitadissima-jura-oferece-vinhos-cada-vez-mais-procurados.htm
