Gente, olha essa história! Quase um mês depois de ser encontrada no fundo do mar do Ceará, uma estátua super curiosa de um macaco, com cerca de um metro e meio de altura e pernas arqueadas, ainda está deixando os pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar – Labomar, de Fortaleza, e os pescadores de Icapuí, super intrigados.
O que será que essa estátua de concreto estava fazendo a 16 quilômetros da costa cearense?
‘Não faço ideia’, diz o pesquisador cearense Luis Ernesto, do Labomar.
‘Talvez tenha sido colocada lá para atrair mergulhadores, caído de algum barco ou usada como âncora improvisada, já que estava dentro de um parque marinho estadual. Mas o mais intrigante é que não foi a primeira vez que essa estátua foi vista no fundo do mar’.
Encontrada duas vezes
O pesquisador se refere a um fato de cinco anos atrás, quando um grupo do Labomar, incluindo ele, encontrou a mesma estátua a 17 metros de profundidade, durante um levantamento da fauna marinha no Parque Estadual da Pedra da Risca do Meio, na mesma região onde os pescadores a encontraram no mês passado.
‘A princípio, pensei que fosse um cadáver, porque a estátua estava de bruços na areia. Levei um susto. Mas quando vi o que era, coloquei em pé, tirei algumas fotos e fui embora, rindo, porque não esperava encontrar um macaco debaixo d’água’, lembra o mergulhador Marcos Davis, o primeiro a ver o objeto intrigante.
‘Na época, a estátua tinha um pedaço de corda amarrada na cintura, sugerindo que estava presa a um barco e caiu, ou foi jogada no mar para servir de âncora ou sustentação de alguma boia de pescador’, analisa Marcos, surpreso ao saber que a mesma estátua foi encontrada novamente.
‘Só pode ser a mesma estátua, porque é improvável que duas peças iguais caiam ou sejam jogadas no mar no mesmo local’, diz Marcos, explicando sua surpresa com o novo achado:
‘Se fosse em uma praia ou área pequena, até que um reencontro desses não seria tão absurdo. Mas em alto mar, onde muitas vezes nem grandes navios afundados são encontrados, a chance de isso acontecer era mínima. Mas não é que aconteceu?’
Pescador mergulhou e achou
A estátua foi encontrada pelos pescadores quando um deles mergulhou para colocar armadilhas de lagostas.
Ao retornar ao barco, o mergulhador contou aos colegas sobre o achado curioso e eles resolveram içar a estátua para tirar algumas fotos.
Depois, jogaram de novo no mar, em outro local.
‘Eles nem poderiam estar capturando lagostas naquele lugar, porque é um parque protegido. Muito menos retirado a estátua de lá, porque ela já fazia parte daquele ambiente marinho. Mas não deixa de ser interessante que a mesma estátua seja encontrada duas vezes, e no meio do oceano’, diz o pesquisador Luis Ernesto.
Já o mergulhador Marcos Davis, dono de uma operadora de mergulho em Fortaleza, diz que quando achou a estátua, soube que havia uma cidade no interior do Ceará com imagens semelhantes, mas não lembra o nome do município.
‘Talvez uma dessas estátuas tenha ido parar nas mãos de algum pescador, que decidiu usá-la como âncora, para parar o barco e pescar na área do parque. Ou como peso para uma boia indicar o local das armadilhas de lagostas, o que explicaria aquele pedaço de corda amarrado na cintura da estátua’, conjectura o mergulhador.
‘Mas também pode ter sido apenas uma brincadeira, como a que alguns mergulhadores fizeram no litoral do Rio Grande do Norte, quando colocaram a imagem de uma santa em uma gruta submersa e passaram a dizer que era um milagre. Acho que nunca vamos saber a verdade’, arrisca Marcos.
Outra estátua que está dando o que falar
Embora muito mais curiosa pela figura que exibe, não foi a primeira vez que uma estátua tirada do fundo do mar dá o que falar.
No Uruguai, a retirada da estátua de uma águia com o símbolo nazista nas garras, que decorava um dos mais famosos navios da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, o couraçado Graf Spee, afundado pelo seu próprio comandante próximo ao porto de Montevidéu para escapar de um cerco montado pelos ingleses, virou uma novela que já se arrasta há 20 anos, com o financiador da empreitada, o empresário Alfredo Etchegaray, brigando com o governo uruguaio pela posse do objeto, ou indenização pelo que gastou na operação.
Até hoje, não houve um acordo – que envolve também o governo da Alemanha e entidades judaicas – e, por isso, a polêmica estátua segue guardada dentro de um depósito da Marinha uruguaia, à espera de uma solução para o caso.