Há tempos não me impressionava tanto como me impressionei no Nelita, restaurante italiano em Pinheiros. Para quem come por profissão, às vezes o sabor inusitado deixa de surpreender e um serviço de alto nível pode virar apenas normal.
Nelita
Felizmente, a apatia perde espaço diante da excelência. O trabalho da chef Tássia Magalhães e sua equipe foi um verdadeiro respiro de renovação. Elas e o sommelier Danyel Steinle recebem os clientes com um cuidado perceptível em detalhes como o charmoso apoio de hashi e o lenço entregue às mulheres ao fim da refeição.
O menu degustação, chamado de “O prazer da mesa pertence a todas as épocas”, propõe uma viagem no tempo. São dez etapas que apresentam antigas tendências culinárias sob um novo olhar. Entre os meus favoritos: cavaquinha sobre molho bisque, nhoque de batata, ricota e araruta, e codorna com cebola e chocolate.
Vai lá: Rua Ferreira de Araújo, 330, Pinheiros. @nelita.restaurant
AK Deli
Nos anos 1970, cardápios da alta gastronomia tinham um item em comum: o haddock. Aqui, ele é cozido em baixa temperatura e servido com purê de maçã e bolinhos de batata ralada (R$ 90) ou transformado no creme que serve de base para os vareniques recheados de batata e cebola (R$ 83).
Vai lá: Rua dos Macunis, 440, Vila Madalena. @akdelii
Confeitaria Dama
De pistache a morango do amor, são muitas as modas que ocupam as vitrines das docerias. Criado por volta de 1960 em Paris, o bolo ópera leva esse nome pelas camadas que lembram os andares de um teatro. Vai ganache de chocolate, pão de ló embebido em café mais creme de manteiga da mesma bebida e é decorado com desenho de clave de sol (R$ 29,50).
Vai lá: Rua Ferreira de Araújo, 376, Pinheiros. @confeitariadama
Motel
Enquanto o ambiente tem clima retrô com estofados em couro vermelho, o menu busca referências em outras décadas. Diretamente dos anos 1950, o coquetel de camarão é recheio de um sonho salgado (R$ 46). Servido num cinzeiro, o biscoito com chocolate remete à época em que se fumava em ambientes fechados (R$ 24). Já o olho de sogra virou bombom (R$ 25).
Vai lá: Rua Bela Cintra, 1551, Cerqueira César. @motel.restaurante
Joias Árabes
Os doces árabes são como joias. Ambos são lapidados com cuidado e podem ganhar formas geométricas que chamam a atenção. Qualquer pessoa gosta de apreciar através do vidro, mesmo sem comprar.
Entre os dois, fico com os doces. Pelo motivo óbvio: dá para comer. Banhados em caldas diversas, costumam ter uma dose extra de açúcar e texturas múltiplas. Saiba onde provar.
Alyah Sweets
Atravesse a porta de vidro e encontre à esquerda uma impressionante vitrine com doces libaneses. Há opções como a tradicional baklawa de pistache com calda de flor de laranjeira e água de rosas e o maamoul mad (R$ 28), uma espécie de bolinho de semolina de tabuleiro recheado por uma camada de nata.
Vai lá: Avenida Indianópolis, 1401, Indianópolis. @alyahsweets
Knëfe & Bakläwa
Pelo nome está claro o que vem pela frente: doces árabes. O knefe, com fios de macarrão em formato de ninho, é recheado de nozes, pistache ou geleia de damasco (R$ 9 cada um). De massa folhada, a baklawa é feita com pistache (R$ 8) ou flor de castanha-de-caju e calda de flor de laranjeira (R$ 9) à parte.
Vai lá: Rua Carlos Weber, 770, Vila Leopoldina. @knefe_baklawa
Bares
Drinques cheios de fruta e frescor para quem quer que o verão venha logo
O veranico que tomou conta de São Paulo no final de semana passado animou a turma que ama o calor. Como eu faço parte desse pessoal, andei provando alguns coquetéis cheios de frescor, perfeitos para quem sonha em antecipar o verão.
Frutas tropicais e cítricas, dulçor de várias fontes, muito gelo e alguns temperinhos especiais fazem parte das receitas de Laércio Zulu, no São Conrado Bar, e de Isabel Gasparri, no Soul Botequim. Se você é fã do estilo sour, tem muito a saborear com as invenções dos dois.
São Conrado Bar
Pirei no drinque Sobrevivendo com Charme, que mescla gim, graviola e limão-siciliano com coagem feita no iogurte. Parece Yakult e pode ser perigoso, pois é facílimo de beber e de querer mais um. Já Ansioso com Classe é para a turma das frutas vermelhas, com rum, purê de morango com siciliano, licores maraschino e de avelã. E para quem quer algo mais picante, indico Carente Passivo-Agressivo, com tequila, bourbon, xarope de jalapeño com rapadura, limão e canela. O ardor é levinho e chama o próximo gole. Todos custam R$ 36.
Vai lá: R. Aspicuelta, 51, Vila Madalena, ou R. Lopes Neto, 30, Itaim. @saoconradobar
Soul Botequim
No Soul, minha paixão fica com Jacira (R$ 36), mix de tiquira (destilado de mandioca), melão cantaloupe, limão-siciliano e xarope de açúcar de coco. É um trago sedoso e complexo, que não esconde o sabor característico da tiquira. Amarelo Manga (R$ 42) tem rum, manga, licor de banana, limão-taiti e mel defumado. Um coquetel solar, de muita personalidade, que pode iniciar a jornada de delícias no Soul. Se preferir algo mais sutil, a pedida é Corsário (R$ 38), receita bem aromática com rum, uvas, taiti, tomilho-limão e calda de agave.
Vai lá: R. Padre Antônio José dos Santos, 812, Brooklin. @soulbotequim
Vote nos melhores bares e restaurantes de SP
Está aberta a votação popular do Prêmio Nossa de Bares e Restaurantes. É hora de você decidir qual dos finalistas merece levar o título de melhor de São Paulo. Vote até o dia 2 de setembro.
A votação de “Preferidos do Público” vai até o dia 2 de setembro. Os campões do público e do júri serão revelados em outubro.
Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2025/08/30/descubra-4-lugares-de-sp-para-reviver-comidas-do-passado-mas-bem-atuais.htm
