47º33’N, 10º44’L
Castelo Neuschwanstein, Schwangau
Suábia, Baviera, Alemanha
Polêmicas da Disney
A Disney e seu fundador, Walt Disney, sempre estiveram envoltos em polêmicas. Desde desigualdades salariais absurdas entre funcionários e executivos dos parques, até racismo nos filmes clássicos e acusações de antissemitismo e comportamento tirânico de Walt Disney. Recentemente, a suspensão temporária do programa de entrevistas de Jimmy Kimmel, em um de seus canais de TV nos Estados Unidos, após pressão de Donald Trump, trouxe mais uma controvérsia à tona.
Não é surpresa que megacorporações, mesmo aquelas que vendem sonhos, enfrentem essas questões. A ética e responsabilidade nem sempre acompanham o tamanho e o sucesso.
O Castelo que Inspirou a Disney
O Castelo da Cinderela no Walt Disney World, na Flórida, é um dos cartões-postais mais famosos do mundo. Inspirado no Castelo Neuschwanstein, na Alemanha, ele reflete a visão idealizada da Idade Média, fruto da imaginação do rei Ludwig II da Baviera, um fã de óperas e do romantismo alemão do século 19.
Ludwig II foi o rei da Baviera entre 1864 e 1886. Ele é mais lembrado por seus projetos extravagantes, sendo o mais famoso o Castelo de Neuschwanstein. Em 1867, Ludwig visitou castelos na Alemanha e na França que representavam a visão romântica da Idade Média e decidiu criar seu próprio refúgio.
A Construção do Castelo
O rei envolveu-se pessoalmente na construção do castelo, aprovando cada detalhe. Com elementos romanescos, góticos e bizantinos, a obra foi erguida sobre as ruínas de castelos medievais. A construção foi a maior empregadora da região, com cerca de 200 trabalhadores diretamente ocupados em 1880.
O rei mudou-se para Neuschwanstein em 1884, mas viveu lá por apenas 172 dias. Ele acumulou uma dívida pessoal de 14 milhões de marcos devido aos gastos com a construção. Em 1886, uma comissão médica declarou Ludwig insano, e ele foi deposto e levado para um castelo às margens do Lago Starnberg, onde morreu misteriosamente.
Vocação Turística
Menos de dois meses após a morte de Ludwig, o castelo foi aberto ao público, e os ingressos ajudaram a pagar as dívidas. Neuschwanstein tornou-se uma das maiores fontes de renda da família real bávara até a Primeira Guerra Mundial.
Tesouros Nazistas
Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas usaram Neuschwanstein para esconder obras de arte roubadas. Graças à curadora francesa Rose Valland, os Aliados descobriram cerca de 21 mil itens no castelo em 1945.
Patrimônio Cultural
Com o tempo, Neuschwanstein tornou-se uma atração popular na Baviera e um símbolo arquitetônico da Alemanha. Em 2025, entrou para a lista de patrimônios culturais da Unesco.
Quem visita o castelo hoje não fica sabendo dos capítulos mais obscuros de sua história. Os administradores preferem focar no que consideram mais importante. Com mais de 1 milhão de visitantes por ano e tours de meia hora, é impossível cobrir tudo.
Por isso, é sempre bom ler e se informar antes de viajar. Quando for a Neuschwanstein, lembre-se que essa paisagem brotou da mente de um rei tido como louco, e que não teve um final de Cinderela.
Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/colunas/terra-a-vista/2025/09/29/rei-louco-e-bandidos-nazistas-o-lado-oculto-do-real-castelo-da-cinderela.htm