Os Restaurantes Mais Caros do Guia Michelin: Luxo e Exclusividade

As estrelas do Guia Michelin são o reconhecimento gastronômico mais cobiçado do mundo e, por isso, muitas vezes também são sinônimo de um serviço de luxo, além de altos preços.

A revista gastronômica Chef’s Pencil realizou em novembro um levantamento dos custos do menu degustação de 3.500 estabelecimentos que receberam a chancela do guia e revelou o ranking dos restaurantes estrelados mais caros do mundo.

O Japão tem o maior número de representantes no top 10; quatro dos mais caros são casas japonesas. Já outros três são americanos. Veja a lista:

1. Ginza Kitafuku, Tóquio, no Japão

Menu degustação mais caro: Kiwami de caranguejo Echizen (330.000 ou R$ 13.026)

A Chef’s Pencil aponta que os pratos da casa “são dignos de realeza”, mas o preço para tanta majestade é alto — e não inclui o serviço. Em parte, o motivo tem a ver com a raridade de alguns ingredientes, como o caranguejo Echizen, que é exclusivamente pego na costa homônima da prefeitura de Fukui, ao norte de Quioto.

Com carne doce e macia, ele se tornou reconhecido por ter sido servido justamente à família imperial japonesa como símbolo de sua qualidade. Uma versão mais cara dele, o Kiwami, tem características ainda mais peculiares — acima de 1,5 kg, 14,5 cm de carapaça e patas mais largas do que 3 cm. No ano inteiro de 2021, apenas 67 caranguejos foram certificados como Kiwami, 0,04% dos pescados.

2. Ultraviolet by Paul Pairet, Xangai, na China

Menu degustação mais caro: UV Royale (8.888 yuans ou R$ 7.420)

Com três estrelas, o Ultraviolet oferece uma fusão de gastronomia e tecnologia multissensorial, segundo a Chef’s Pencil, que afirmou que o jantar por lá é cativante, em meio a músicas, aromas e visuais customizados para cada prato, meticulosamente artesanal, que combina técnicas francesas e influências internacionais.

Harmonização com champanhe, vinho e coquetéis está inclusa.

3. Caviar Russe, Nova York, nos EUA

Menu degustação mais caro: Grand Tasting Menu — Um Roteiro de Caviar Russe (US$ 975 ou R$ 5.933)

Este é para verdadeiros amantes de caviar: os 11 pratos do menu degustação levam as ovas, uma experiência já descrita pela revista Forbes americana como uma “odisseia do exagero” que promete impressionar tanto pelos sabores como pela maestria das preparações. É, de longe, a refeição mais cara dos EUA registrada no guia — e não inclui impostos e gorjetas.

4. Masa, Nova York, nos EUA

Menu degustação mais caro: Hinoki Counter Experience (US$ 950 ou R$ 5.780)

Mais famoso restaurante japonês da Big Apple, o Masa e suas três estrelas são sinônimo de uma experiência das elites, com preços que comprovam a fama (e nem incluem a gorjeta e o serviço).

Segundo o Guia Michelin, não há omakase — jantar preparado pelo chef na sua frente, customizado para você — que se compare ao de Masa Takayama, com direito a trufas aromáticas, caviar Ossetra e guarnições vibrantes.

5. Azabu Kadowaki, Tóquio, no Japão

Menu degustação mais caro: Omakase Sazonal incluindo caranguejo Matsuba (145.200 ienes ou R$ 5.731)

Além do Echizen, outro caranguejo-da-neve a peso de ouro é o Matsuba, natural das águas frias japonesas. Ele é a estrela principal do omakase três estrelas do Azabu Kadowaki, que é servido acompanhado de trufas negras, sashimi de peixe branco, arroz de trufa branca, macarrão somen com ouriço-do-mar e caviar. O resultado, segundo a Chef’s Pencil, é impecável.

6. Quince, São Francisco, nos EUA

Menu degustação mais caro: 21º Jantar Anual da Trufa Branca (US$ 795 ou R$ 4.837)

Por seis semanas entre a metade de novembro e o fim de dezembro, o restaurante Quince — outro com três estrelas do guia — serve um menu totalmente focado na caríssima trufa branca.

Preparados pelo famoso chef Michael Tusk, os pratos desta experiência se propõem a trazer um mix de luxo e inovação.

7. Alchemist, Copenhague, na Dinamarca

Menu degustação mais caro: Experiência Alquimista (5.400 coroas dinamarquesas ou R$ 4.632)

Combinação de gastronomia com arte, teatro e inovação científica, o Alchemist tem um serviço único, segundo a publicação. A casa com duas estrelas do chef Rasmus Munk é famosa por romper barreiras na sua criatividade culinária, com pratos que têm o objetivo de provocar (e estimular) todos os sentidos.

O salão da casa reflete este desejo, já que oferece um ambiente imersivo e conceitual que conta uma história para o cliente.

8. Sazenka, Tóquio, no Japão

Menu degustação mais caro: Prato especial de ingredientes cuidadosamente selecionados com caranguejo Xangai (115.500 ienes ou R$ 4.559)

O três estrelas Sazenka mistura técnicas culinárias chinesas com a filosofia da gastronomia japonesa. Entre os meses de outubro e janeiro, serve um menu inteiramente dedicado ao caranguejo Xangai, outra caríssima iguaria pelo seu sabor rico e apelo de luxo, combinado ainda a outros ingredientes sazonais que equilibra tradições antigas e a dose exata de inovação.

9. Guy Savoy, Paris, na França

Menu degustação mais caro: Cores, Texturas & Sabores (680 euros ou R$ 4.351)

Renomado pela sua alta gastronomia, o Guy Savoy encabeçou a disputada e badalada La Liste — que dita o melhor da gastronomia, artes e sociedade parisiense — cinco vezes. Também é famoso por ser o mais caro da França, graças à poderosa assinatura do celebrado chef Guy Savoy, além de uma experiência gastronômica luxuosa e intimista com pratos delicados e cheios de sabor.

10. Ginza Fukuju, Tóquio, no Japão

Menu degustação mais caro: Prato especial de ingredientes de luxo sazonais (106.480 ou R$ 4.203)

A lista é encerrada por outra casa célebre do distrito de Ginza: o dois estrelas Ginza Fukuju, que é reconhecido pela sua cozinha kaiseki, um estilo japonês que serve pratos delicados e artesanais em sequência.

O mais caro, é claro, é o seu menu omakase, preparado com ingredientes caros sazonais e atenção meticulosa.

O restaurante no Guia Michelin mais caro do Brasil

Lasai, no Rio de Janeiro

Menu degustação: Único, serve apenas pratos com ingredientes das hortas da casa, feiras orgânicas, do mar e da terra (R$ 1.308)

Com uma estrela no Guia Michelin, o Lasai está em sua “segunda versão” que conquistou os jurados do prestigiado prêmio 50 Best recentemente, rendendo-lhe a 7ª posição na lista dos melhores restaurantes da América Latina. O “melhor do Brasil” fica a alguns metros da antiga casa em Botafogo, mas ele se parece muito pouco com o conceito anterior e surpreende pelo clima intimista.

Se antes a casa possuía 45 lugares, hoje serve apenas dez por vez. A antiga casa colonial deu lugar a um ambiente moderno, em que um balcão de mármore em forma de L, em frente à cozinha, convida seus frequentadores a acompanhar o espetáculo da preparação dos pratos.

O chef Rafa Costa e Silva, que foi jurado do reality “Mestre do Sabor” (TV Globo), segue preparando receitas que destacam os vegetais que ele mesmo cultiva em suas duas hortas, uma em Itahnangá e outra no Vale das Videiras. Segundo o site do restaurante, “elas são a base de inspiração e mudanças constantes no menu”.

Apesar do foco no verde, o Lasai — nome que significa “tranquilo” em Euskera, idioma do país Basco, onde o chef passou parte de sua formação — ainda investe em frutos-do-mar e carnes.

“A mudança o ajudou a aperfeiçoar o serviço comandado por sua esposa, Malena Cardiel e ‘engrossar o caldo’ de sua cozinha minimalista, apoiando-se em ingredientes mais exclusivos, como ouriço-do-mar e ikura [ovas de salmão]”, descreveu o colunista de Nossa, Rafael Tonon, à revista Condé Nast Traveler, em 2023. A casa também foi considerada um dos 100 melhores restaurantes do mundo pelo 50 Best em 2024.

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