Padarias de SP: Tradição, Inovação e Delícias Sustentáveis

Gente, vocês já pararam para pensar nas padarias de São Paulo? Tradicional ou artesanal? Pegar para levar ou comer no local? Colocar requeijão na entrada ou na saída? O setor de padarias está cheio de dilemas. E vamos combinar, os paulistanos são completamente apaixonados pelas padocas, né?

Independente da receita, do preço ou do fermento, a cultura de comprar pão mantém viva a diversidade e faz com que seja possível aprender sobre panificação por meio de estabelecimentos em funcionamento.

Estado Luso - Fernando Moraes (750x1)

Então, bora fazer um tour pela história do pão em São Paulo?

Mais que antiga, centenária

Gente, cem anos é pouco perto da primeira vez que se comeu um pãozinho de farinha branca no Brasil, lá no período colonial. Mas a popularização e a venda ganharam força com a construção do moinho Matarazzo, em 1900, e com a imigração italiana, entre 1870 e 1930.

Essa herança pode ser vista em padarias centenárias que seguem firmes e fortes, como a Padaria Carillo.

Foto antiga da família Carillo: o uso do termo pão caseiro tem um porquê - Arquivo pessoal (750x1)

De Nápoles à capital paulista, Raphaelle Carillo foi um dos expoentes do pão levemente cascudo. E quem me conta isso é Guilherme, bisneto que comanda a padaria junto com o irmão Gabriel, mantendo a tradição de levar os pães redondos ou em filões até os clientes.

Os irmãos Guilherme e Gabriel tocam a padaria Carillo, que herdaram do bisavô - Arquivo pessoal (750x1)

Claro que o meio de transporte mudou: antes, iam a cavalo pelas ruas de terra. Agora, mandam em carros sobre o asfalto. E depois da pandemia, a padaria na Mooca ganhou uma sede renovada, com direito a cannoli recheado na hora!

A soberania do pão francês

Segundo a Sampapão, as padarias da cidade assam, juntas, 25 milhões de pães franceses por dia. Mas achar um bom francês é raro. Quer uma dica? Vá à Estado Luso.

Produção na Estado Luso: mesma receita desde 1965 - Fernando Morais/UOL (750x1)

Desde 1965, a receita premiada dispensa químicos. É uma mistura de farinhas, água, sal, fermento e nada mais. Modelada em cacetinho ou baguete, a massa se transforma em pães de miolo macio e casquinha dourada, assados em forno a lenha alimentado por eucalipto de reflorestamento.

Padaria: a nossa segunda casa

Pegar pães e frios para levar era a regra até que, nos anos 80, a Dengosa instalou uma copa e lançou a moda de pedir um pão na chapa no balcão. Outra criação famosa é o sanduíche de metro, que fez a padoca expandir e chegar às festinhas de salão de prédio.

Nem sempre o pão na chapa no balcão foi uma tradição: as padarias abriram o leque de serviços - Keiny Andrade/UOL (750x1)

Nos anos 2000, a Galeria dos Pães abriu as portas para nunca mais fechar, oferecendo um mix de produtos e serviços 24 horas por dia.

Lugar de chef…

Confeitaria e panificação exigem conhecimentos técnicos específicos. Mesmo assim, chefs como Olivier Anquier cruzaram essa fronteira. Desde a Pain de France, aberta em 1994, até a nova unidade da Mundo Pão, ele trouxe muitas receitas com farinha, água e sal para a TV.

Olivier Anquier: um dos chefs pioneiros a investir na panificação - Reprodução (750x1)

Outra chef apaixonada por pão é Helena Rizzo. Em 2015, ela e a sócia Fernanda Lima criaram a Padoca do Maní, que hoje tem três unidades e oferece receitas cuidadosas e conveniência.

Mix de pães da Padoca do Maní - Angelo del Bó (750x1)

… e de quem mais quiser!

Na última década, a cozinha doméstica virou concorrente das padarias. Fazer pão artesanal se tornou um hobby que estabelece uma relação diferente com o tempo. Padeiros amadores se tornaram profissionais, abrindo novos endereços dedicados à fermentação natural e lenta.

O jornalista Luiz Américo Camargo abriu a Na Janela, que oferece pães como beigale e ciabatta. Já Marcos Fecchio trocou o mundo corporativo pela Forno Fecchio, em 2021, e atende às vontades do público com itens para comer no local e um cafezinho.

Produção na Forno Fecchio, representante da nova leva de padarias - Silvio Ferreira (750x1)

Padoca à moda internacional: da França à Ásia

O amadurecimento das padarias artesanais permitiu a cada empreendedor dar o seu toque. Chico Ferreira abriu a Le Jazz Boulangerie em 2023, com pães de fermentação natural e um bufê de almoço. Já Ramiro Murillo, considerado o melhor padeiro do Brasil pela Fipan 2023, faz folhados incríveis na El Panadero.

Muito além do pão francês: os croissants são destaque na Le Jazz - Laís Acsa (750x1)

As padarias orientais também estão em ascensão. Daniel Park, dono do Komah Bakery, explica que a Coreia e o Japão reinterpretam clássicos ocidentais, destacando a maciez e colocando recheios. Sucesso entre os fãs de K-drama e K-pop, a padaria é especializada em pães tipo Tangzhong.

Komah Bakery: as padarias orientais estão em ascensão em São Paulo - Laís Acsa (750x1)

VAI LÁ
Padaria Carillo – Avenida Álvaro Ramos, 2071, Mooca.
Estado Luso – Avenida Águas de São Pedro, 298, Vila Pauliceia.
Dengosa – Rua Dr. Melo Alves, 281, Cerqueira César.
Galeria dos Pães – Rua Estados Unidos, 1645, Jardim América.
Mundo Pão – Conjunto Nacional.
Padoca do Maní – Rua Joaquim Antunes, 138, Jardim Paulistano.
Na Janela – Rua São Vicente de Paulo, 603, Higienópolis.
Forno Fecchio – Rua Dr. Miranda de Azevedo, 1187, Vila Anglo Brasileira.
Le Jazz Boulangerie – Rua Joaquim Antunes, 501, Pinheiros.
El Panadero – Rua Amália de Noronha, 251, Pinheiros.
Komah Bakery – Rua Girassol, 273, Vila Madalena.

Dá uma olhada aqui também

Você pode gostar