Brasil Contribui para Queda dos EUA no Ranking de Passaportes Mais Influentes

Pela primeira vez na história, os EUA ficaram fora dos 10 primeiros lugares da lista de passaportes mais influentes do mundo. E adivinha quem ajudou nessa? O Brasil! A decisão do nosso país de voltar a exigir visto de entrada para turistas americanos em abril deste ano foi um dos fatores que influenciaram essa queda.

Relatório da Henley & Partners

O dado vem do novo relatório da consultoria internacional de imigração e investimentos Henley & Partners, que elabora o Henley Passport Index há 20 anos. As novas colocações foram divulgadas no dia 7, com o Brasil ocupando o 19º lugar, empatado com San Marino e Argentina.

Como os EUA saíram do top 10?

Em 2014, o passaporte dos EUA era o mais poderoso do mundo. Agora, 11 anos depois, ele está em 12º lugar, empatado com a Malásia. A Henley & Partners determina a influência de um passaporte pelo número de países que ele permite acessar sem visto. Atualmente, americanos podem entrar em 180 destinos sem visto, mas a reciprocidade de vistos é crucial. As políticas do governo Trump, que dificultaram o acesso de viajantes de diversos países aos EUA, resultaram em outras nações exigindo vistos dos americanos, enfraquecendo seu passaporte.

Em abril, os EUA perderam o acesso sem visto ao Brasil devido à falta de reciprocidade. Além disso, foram excluídos da lista de países sem necessidade de visto da China. O Itamaraty declarou que passaria a exigir visto dos EUA, Canadá e Austrália porque o Brasil não concede “isenção unilateral de vistos de visita”.

Políticas Restritivas

Desde janeiro, Trump suspendeu a emissão de vistos para viajantes de 12 países da África, Oriente Médio e Sudeste da Ásia, além de impor restrições para cidadãos de outras sete nações. Ele ainda ameaçou proibições de entrada para estrangeiros de outros 36 países e passou a exigir um pagamento caução de até US$ 15 mil pelo visto dos turistas de sete nações africanas.

Mesmo antes da segunda presidência de Trump, as políticas dos EUA voltaram-se para dentro. A mentalidade de isolacionismo agora está se refletindo na perda de poder do passaporte americano.

Impacto Global

Depois do rompimento brasileiro, não foi apenas a China que excluiu os EUA de sua lista de países cujos passaportes eram isentos de vistos. Papua Nova Guiné, Mianmar, Somália e Vietnã também não dão mais o privilégio aos americanos. A reciprocidade se tornou ainda mais importante após a pandemia. Em 2023, a Henley & Partners inaugurou o Henley Openness Index Score, que avalia o grau de “abertura” de cada país.

Os EUA aparecem em 77º lugar na lista de países mais abertos, liberando apenas portadores de passaportes de 46 nacionalidades de apresentarem um visto. Em contrapartida, o passaporte americano dá direito à entrada em 180 países sem visto. O Brasil, que ocupa o 19º lugar da lista de influência, ainda ocupa o 44º lugar na lista de “abertura”, permitindo a entrada de cidadãos de 100 países sem visto.

A Ascensão da Ásia

Os últimos rankings mostram um enorme crescimento da influência de passaportes asiáticos e dos Emirados Árabes Unidos. Singapura lidera o ranking, com acesso a 193 destinos sem visto, mas a grande estrela é a China. O passaporte chinês subiu do 94º lugar em 2015 para o 64º em 2025, com 37 países abrindo portas aos chineses sem visto nos últimos 10 anos.

A China também aumentou sua abertura, concedendo acesso ao seu território a cidadãos de 30 países a mais no último ano. Agora, ocupa a 65ª colocação no Henley Openness Index, com fronteiras abertas a 76 nações.

O criador do ranking da Henley & Partners, Christian H. Kaelin, destaca que nações que se apoiam apenas “em privilégios passados estão ficando para trás”. O Reino Unido, por exemplo, atingiu sua posição mais baixa desde a criação do ranking, em 8º lugar.

Os Passaportes Mais Influentes do Mundo

1º: Singapura (193 países)

2º: Coreia do Sul (190 países)

3º: Japão (189 países)

4º: Alemanha, Espanha, Suíça, Itália e Luxemburgo (188 países)

5º: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Países Baixos e Irlanda (187 países)

6º: Grécia, Hungria, Nova Zelândia, Noruega, Suécia e Portugal (186 países)

7º: Austrália, República Tcheca, Malta e Polônia (185 países)

8º: Croácia, Estônia, Eslováquia, Eslovênia, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido (184 países)

9º: Canadá (183 países)

10º: Letônia e Liechtenstein (182 países)

Os Passaportes Menos Influentes do Mundo

97º: República Democrática do Congo e Sudão do Sul (43 países)

98º: Irã, Sri Lanka e Sudão (41 países)

99º: Eritreia, Líbia e Palestina (39 países)

100º: Bangladesh e Coreia do Norte (38 países)

101º: Nepal (36 países)

102º: Somália (33 países)

103º: Paquistão e Iêmen (31 países)

104º: Iraque (29 países)

105º: Síria (26 países)

106º: Afeganistão (24 países)

O Henley Passport Index 2025

O Henley Passport Index é baseado em dados exclusivos e oficiais da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo). Ele é complementado por pesquisas contínuas e extensas do Departamento de Pesquisa da Henley & Partners.

Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2025/10/16/brasil-derruba-eua-da-lista-dos-10-passaportes-mais-influentes-do-mundo.htm

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