Cobrar Entrada na Notre-Dame? Polêmica na França Sobre Proposta de Financiamento das Igrejas

Gente, olha essa treta! Alexandre Gady, historiador do patrimônio francês, soltou o verbo na Franceinfo nesta quinta-feira (24). Ele disse que uma igreja paga vira um museu, num contexto em que estamos todos virando parte dos museus gratuitos. Isso tudo porque a ministra da Cultura da França, Rachida Dati, quer cobrar 5 euros (cerca de R$ 30) dos visitantes da catedral de Notre-Dame a partir de 1º de janeiro de 2026. A ideia é usar essa grana para preservar as igrejas na França.

A catedral vai reabrir em 7 de dezembro, e a proposta de Dati de cobrar entrada a partir de 2026 já causou um alvoroço na política. A galera da direita até curtiu, mas a esquerda tá revoltada. Valérie Pécresse, presidente da região parisiense, adorou a ideia e postou nas redes sociais que os turistas deveriam pagar para salvar todas as igrejas da França. Mas ela acha que os fiéis que vão rezar deveriam ser isentos. A questão é: como diferenciar os turistas dos fiéis?

Diocese de Paris Contra

A diocese de Paris foi a primeira a se opor, lembrando que a entrada nas igrejas e catedrais sempre foi gratuita. Eles disseram que a missão da Igreja é acolher todo mundo de forma incondicional e gratuita. O senador centrista Loïc Hervé também acha que o acesso à Notre-Dame deve continuar gratuito e universal, seja para franceses, turistas, crentes ou ateus.

David Belliard, responsável pelos transportes e mobilidade em Paris, também se manifestou contra a cobrança. Ele disse que a visita à catedral faz parte da cultura popular e que sua gratuidade garante um acesso universal. Ele lembrou que a lei de 1905 diz claramente que a visita aos edifícios religiosos não deve ter nenhuma taxa.

Ruptura Filosófica

Alexandre Gady, historiador do patrimônio, disse à Franceinfo que cobrar entrada na Notre-Dame é uma ruptura filosófica e vai contra a democratização cultural. Ele criticou a ideia dizendo que estamos adotando uma mentalidade contábil que está devastando o país. Gady também questionou os cálculos da ministra, que disse que a cobrança poderia arrecadar 75 milhões de euros por ano para salvar todas as igrejas da França. Ele destacou que colocar um ingresso significa ter bilheteiras e pessoal para validar os ingressos, o que não é simples. Ele sugeriu aumentar a taxa de turismo em alguns centavos como uma solução mais viável.

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