Encontrar um restaurante realmente barato em São Paulo não é fácil. E se o desafio é comer bem por cerca de R$ 50, a missão fica ainda mais complicada. Felizmente, contei com a ajuda de 30 jurados especialistas do Prêmio Nossa, incluindo jornalistas e influenciadores que entendem do assunto.
Com a soma dos pontos, chegamos a um ranking final. Curiosamente, os finalistas celebram a autenticidade e a cultura que movem a cozinha.
O Melhor Bom e Barato: Mapu
Quase 19 mil quilômetros separam São Paulo de Taiwan. Mas essa distância parece menor na Vila Mariana. Em um simpático sobrado, Duilio Lin e Dona Jasmine, imigrante taiwanesa e ex-chef de cozinha do Templo Zu Lai, unem seu conhecimento ao de Caio Yokota e Victor Valadão, dupla que trabalhou no Tuju até se encantar pelos sabores do outro lado do mundo.
O negócio começou em 2017, como barraquinha e foodtruck, antes de se tornar um restaurante. Nesses oito anos, a especialidade segue a mesma: bao.
O bao é um pão neutro, cozido no vapor e com textura de nuvem. O formato de ‘boquinha’, aberto de um lado, facilita a inclusão de recheios e conquista os fãs de sanduíches.
O tradicional guabao leva panceta escaldada em caldo perfumado, mostarda em conserva, farofa de amendoim e bastante coentro para contrapor a gordura do porco. Também há criações mais criativas, como a sobrecoxa de frango empanada e lambuzada em molho coreano, acompanhada de pepino, maionese de wasabi e cebolinha.
Embora os números comprovem que o bao virou o queridinho do público — são servidas seis mil unidades por mês — há um ‘achadinho’ imperdível nas entradas: pedaços de berinjela crocantes melados em missô (pasta de soja fermentada).
Vai lá: Rua Áurea, 267, Vila Mariana. @mapubaos
Beatriz Marques, Jornalista e jurada do Prêmio Nossa diz: O Mapu é o lugar certeiro para fugir da monotonia sem doer no bolso. Cozinha taiwanesa criativa, de pratos bem executados, e drinques imperdíveis – ótimo para um jantar despretensioso ou um almoço rápido na semana.
2º lugar | Mocotó
Aberto em 1973 pelo pernambucano Zé Almeida, pai de Rodrigo, o restaurante começou como uma Casa do Norte. Virou lanchonete e depois referência, sem nunca abandonar a proposta inicial: servir comida sertaneja saborosa e acessível.
No cardápio, seguem firmes os clássicos há 50 anos — sarapatel, favada e caldinho de mocotó — e os novos clássicos nem tão novos assim. Já faz 20 anos que uma bandeja de bolinhos de tapioca, que não atingiram a textura ideal, estava prestes a ir para o lixo.
Foi quando Rodrigo teve a ideia: por que não moldar e fritar, como se fosse polenta? Depois de algumas tentativas, nasceu o dadinho de tapioca, que exportaria o Mocotó para o mundo.
Vai lá: Avenida Nossa Senhora do Loreto, 1100, Vila Medeiros; Rua Aroaba, 333, Vila Leopoldina. @mocotorestaurante
3º lugar | Jesuíno Brilhante
Cheio de referências, o jornalista Rodrigo Levino criou o restaurante para celebrar o sertão e suas histórias. Até o nome segue essa lógica: é uma homenagem ao precursor do cangaço, seu conterrâneo, também nascido em Patu — só que no século 19.
A casinha é simples, mas aconchegante, assim como os pratos, com bom custo-benefício e sempre repletos do que há de essencial. São pedidas capazes de nutrir corpo e alma. A cremosidade da carne de sol na nata, por exemplo, vai organizando cada sentimento fora do lugar. Já a mandioca, imponente, pode servir como uma colherada de bravura, que tal?
A combinação quem faz é o freguês. Como obrigação, deve juntar uma mistura com dois acompanhamentos. Pra não pensar, só comer, há o caprichado baião da casa, com porco de sol, charque, linguiça e torresmo.
Vai lá: Rua Arruda Alvim, 187, Pinheiros. @jesuinobrilhante
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Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2025/10/30/existe-restaurante-bom-e-barato-em-sp.htm