Santorini em Perigo: Tremores Ameaçam a Ilha Grega

Em fevereiro deste ano, Santorini, na Grécia, foi abalada por tremores. A ilha, famosa por suas paisagens deslumbrantes e instalações luxuosas, pode estar à beira de um grande terremoto que a faça desaparecer, como já aconteceu há mais de três mil anos.

O que aconteceu?

A ilha passou por mais de 200 tremores submarinos em três dias. A poeira dos penhascos tomou conta da ilha e várias construções foram comprometidas.

Quase metade dos 11 mil moradores de Santorini decidiu deixar a ilha na primeira semana de fevereiro. Os residentes próximos à costa e áreas íngremes, com maior risco de deslizamentos, foram os primeiros a sair.

Construções foram suspensas e escolas fechadas. Piscinas de hotéis e casas foram esvaziadas para diminuir a pressão sobre o solo. As ilhas vizinhas Amorgos e Anaf também adotaram medidas de segurança semelhantes.

Por que tremores acontecem em Santorini?

Tremores em Santorini são comuns. A ilha está localizada no sul do Mar Egeu, entre o Arco Helênico e a Zona de Falha da Anatólia Ocidental, um ponto de muita compressão e deformação geológica entre duas placas tectônicas.

Santorini surgiu de uma explosão, por isso teme-se que ela desapareça da mesma forma. Após os tremores de fevereiro, os temores sobre um grande terremoto que possa destruir a ilha aumentaram.

Há 3.600 anos, uma explosão de um vulcão submarino destruiu completamente a antiga cidade de Akrotiri, dando origem a Santorini.

Há uma caldeira embaixo da ilha, um vulcão ativo, porém monitorado, sem registros de erupção desde 1950. Em 2012, houve grandes movimentações.

Santorini pode desaparecer?

Pelo menos 23 cientistas do mundo todo começaram investigações logo após os tremores. A pesquisa estuda fluidos, gases e fragmentos de rocha encontrados no fundo da caldeira, que fica aproximadamente 300 metros abaixo do nível do mar. Um robô desceu até o leito marinho para coletar os materiais utilizados no estudo.

Os cientistas não descartam uma nova grande explosão, mas não conseguem afirmar com clareza se a ilha pode desaparecer. Isobel Yeo, especialista em vulcões submarinos do Centro Nacional de Oceanografia do Reino Unido, acredita que o estudo pode ajudar a entender as diferenças entre os tremores e prever abalos sísmicos que possam causar uma erupção iminente.

“Somos induzidos a uma falsa sensação de segurança quando estamos acostumados a pequenas erupções, e ao vulcão agindo de forma segura. Presumimos que a próxima vai ser igual, mas pode não ser”, disse Isobel Yeo à BBC.

Pesquisadores também buscam saber se o fato de o vulcão estar dentro do mar pode aumentar o impacto de uma possível erupção. Eles querem estabelecer uma relação entre as explosões extremas ocorridas na região de Santorini. A questão é se a lava, ao entrar em contato com a água, pode gerar uma reação diferente.

Todos os registros criaram um mapa em 3D. A tecnologia mostra como o sistema hidrotermal está conectado à câmara magmática do vulcão, local onde uma erupção é gerada. Assim, poderão avisar sobre áreas mais propensas a terremotos, auxiliando na evacuação dos moradores.

Turismo está ameaçado?

Dois meses após os acontecimentos, turistas ainda cancelam reservas. Janet, uma turista britânico-canadense, contou à BBC que seis das dez pessoas de seu grupo cancelaram a viagem por conta dos tremores. “Eu recebo os alertas do Google, recebo os alertas dos cientistas, e isso me ajuda a me sentir segura”, diz ela.

Moradores retornam e percebem a importância do turismo para o vilarejo. A fotógrafa Eva Rendl deixou a ilha com a filha durante a onda de terremotos. “As pessoas cancelaram as reservas. Normalmente, começo a fotografar em abril, mas meu primeiro trabalho é só em maio”, disse à BBC.

E há quem não se importe com os riscos. “Na verdade, queríamos nos casar perto de um vulcão”, disse Tom, ao lado da noiva, Kristina, ambos entrevistados pela BBC enquanto buscavam a “foto perfeita” em um dos terraços da ilha.

Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2025/04/29/formada-cima-de-um-vulcao-santorini-na-grecia-pode-sofrer-explosao.htm

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