Na quarta-feira passada, o lendário navio transatlântico SS United States, desativado há 56 anos, iniciou sua última jornada. E não é qualquer viagem, é uma despedida rumo ao fundo do mar.
Uma Despedida Emocionante
Em meio a uma plateia de ex-passageiros e admiradores, o SS United States deixou o porto da Filadélfia, na Pensilvânia, puxado por rebocadores. Seu destino final? O litoral do condado de Okaloosa, na Flórida, onde será afundado no próximo ano para se tornar uma atração turística subaquática.
Até lá, o navio passará por um processo de limpeza e retirada de poluentes em um estaleiro na cidade de Destin. O objetivo é transformá-lo no maior recife artificial do mundo, atraindo vida marinha e turistas mergulhadores.
Transformação em Recife Artificial
Com quase 300 metros de comprimento, o SS United States promete ser um ponto de interesse para mergulhadores de todos os níveis. Ele será afundado em águas rasas, a cerca de 25 milhas da costa de Destin, tornando a cidade um destino imperdível para os amantes do mergulho.
Além disso, um museu será criado em Destin, exibindo equipamentos retirados do navio e contando sua história fascinante.
Investimento e Retorno
A operação de transporte do navio até a Flórida é complexa e cara, custando quase US$ 7 milhões (R$ 40 milhões) e levando cerca de duas semanas para ser concluída. No entanto, o investimento deve render sete vezes mais ao longo dos anos, beneficiando a economia local com o aumento do turismo.
Fim de uma Longa Novela
A última viagem do SS United States também marca o fim de uma longa disputa judicial. A empresa proprietária do pier na Filadélfia, onde o navio estava atracado, entrou com uma ação de despejo contra a SS United States Conservancy, gerida por Susan Gibbs, neta do projetista do navio. Sem recursos para quitar a dívida, Susan decidiu vender o navio para que ele seja afundado e se torne uma atração turística submersa.
“Acho que será um bom último capítulo para a história de um dos mais emblemáticos navios da história marítima dos Estados Unidos”, disse Susan ao aceitar a proposta.
Um Recorde Inquebrável
Lançado em 1951, o SS United States navegou até 1969, quando o crescimento do transporte aéreo forçou sua aposentadoria. Além de ser o primeiro grande transatlântico de luxo construído nos Estados Unidos, ele detém um recorde impressionante: na sua viagem inaugural em 1952, quebrou o recorde da travessia do Atlântico Norte, cruzando o oceano a uma velocidade média de 66 km/h.
Esse feito lhe rendeu a Blue Riband, a “Fita Azul”, um prêmio concedido ao navio de passageiros que atravessasse o Atlântico com a maior média horária de velocidade. Como um dos últimos transatlânticos a operar a rota regular entre a Europa e os Estados Unidos, o SS United States mantém até hoje a posse da Blue Riband.
Assim, o SS United States encerra sua história de forma grandiosa, transformando-se em um recife artificial que continuará a inspirar e atrair pessoas de todo o mundo.